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Criatividade pode ser aliada poderosa no cultivo de uma boa saúde mental

Redação Culturize-se

A criatividade é uma força vital que não só enriquece nossas vidas, mas também desempenha um papel crucial em manter nossa saúde mental em equilíbrio. De acordo com o psicólogo Mihaly Csikszentmihalyi, autor do livro “Flow: The Psychology of Optimal Experience”, a criatividade está intimamente ligada ao estado de fluxo, no qual estamos completamente imersos em uma atividade, perdendo a noção do tempo e das preocupações cotidianas. Este estado de fluxo tem sido associado a uma maior sensação de bem-estar e satisfação pessoal, contribuindo para uma melhor saúde mental.

Além disso, estudos recentes na área da psicologia positiva, como os conduzidos por Teresa Amabile, professora de psicologia na Harvard Business School, destacam a importância da expressão criativa na redução do estresse e no aumento da resiliência emocional. Segundo Amabile, quando nos engajamos em atividades criativas, somos capazes de processar emoções de forma mais eficaz e encontrar soluções inovadoras para os desafios que enfrentamos. Essa capacidade de adaptação e resolução de problemas está intrinsecamente ligada a uma boa saúde mental e a um maior bem-estar psicológico.

Além de oferecer uma forma de expressão única, a criatividade também promove a autenticidade e a autoconsciência, permitindo-nos explorar e entender nossos pensamentos e sentimentos de maneira mais profunda. Segundo o psicólogo Carl Rogers, a criatividade é essencial para o processo de autoatualização, no qual buscamos atingir nosso potencial máximo como seres humanos. Ao nos expressarmos de maneira criativa, fortalecemos nossa conexão com nós mesmos e com o mundo ao nosso redor, nutrindo uma sensação de propósito e significado em nossas vidas.

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Foto: Pexels

Decifrando o Playfulness

“Ninguém é produtivo o tempo inteiro, ninguém é feliz o tempo inteiro, mas é possível ser mais feliz e produtivo. E isso sem acabar com a saúde mental.” Estas provocações são do psicólogo Lucas Freire, especialista em bem-estar há 20 anos e referência no Brasil na Ciência do Play, campo multidisciplinar que estuda o termo da língua inglesa com muitos significados.

Nesta área de conhecimento, a palavra, que pode ser traduzida como “brincar”, “jogar”, “atuar”, “agir”, “estar na vida”, é entendida como sinônimo de comportamentos e ações que proporcionam bem-estar, satisfação e felicidade, os chamados Momentos Play.

Ao unir essa ciência com as reflexões da Psicologia Positiva e da Filosofia da Felicidade, Freire desenvolveu o Playfulness, conjunto de práticas que atua como resposta para as incertezas, contradições e ambiguidades da hipermodernidade, que desencadearam uma onda de adoecimento psicológico dentro e fora do mundo corporativo.

Uma vida baseada no Playfulness, segundo o especialista, está relacionada com a habilidade de aprender a regular emoções, ampliar as habilidades sociais e redescobrir a satisfação com o trabalho e as atividades do dia a dia. Dessa maneira, é possível conquistar ganhos em produtividade na vida pessoal e profissional, sem comprometer a saúde emocional.

O psicólogo destaca que a imposição de manter a alta performance no trabalho e nas relações interpessoais desencadeou uma epidemia de adoecimento mental e, consequentemente, físico. Burnout, estresse, depressão e ansiedade são diagnósticos cada vez mais comuns. Por conta da competição sem fim, muitas pessoas acham difícil encarar a rotina como algo que traz felicidade.

Como estratégia de enfrentamento do sofrimento, o Playfulness está ancorado em quatro pilares: Tensão Criativa, quando o conflito se torna positivo e passa a nos mover; Resiliência Estoica, capacidade de enfrentamento e de exercitar o controle sobre o que pode ser transformado; Flow, experiências ótimas que nos dão força de resistência em nome do movimento e da criação; e Ludicidade, quando a vida ganha mais alegria e não perde a leveza.

De acordo com Lucas Freire, o Playfulness é alcançado quando se vive a plenitude do Play com o entendimento que as adversidades também ensinam. Esta prática permite que cada pessoa passe a produzir com sentido e propósito, e possa ressignificar as angústias como um degrau para o próprio desenvolvimento.

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