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“20.000 Espécies de Abelhas” captura despertar da transexualidade

Reinaldo Glioche

20.000 Espécies de Abelhas
Foto: Divulgação

Premiado no Festival de Berlim e no Goya, o Oscar espanhol, “20.000 Espécies de Abelhas” acompanha uma criança às voltas com a afirmação de sua identidade. Quando Aistor (Sofía Otero), sua mãe Ane (Patrícia López Arnaiz) e irmãos vão passar um verão no País Basco, o conflito interno vivido por Aistor se externaliza de maneira gradativa.

O longa de Estibaliz Urresola Solaguren é hábil em evitar os clichês e busca angular o drama em todas as perspectivas desse sensível tema. É claro que o conflito de Aistor, que vai com o tempo formando a convicção de que se sente uma menina – eventualmente decide se batizar como Lucía em uma das cenas mais bonitas do longa – tem a primazia da atenção da realização, mas a postura protelatória da mãe, às voltas com os próprios conflitos, e dos demais familiares também ganham relevo.

O cinema que se pretende tátil e sensível às humanidades encontra abrigo na metaforização e não é diferente com “20.000 Espécies de Abelhas”, que se vale de colmeias e abelhas para potencializar um comentário carinhoso sobre feminilidade e compreensão.

Sofía Otero não se tornou a atriz mais jovem a vencer o Urso de Prata de atuação em Berlim à toa. Ela é responsável por uma composição delicada e cheia de minúcias que ajudam a erigir a dramaturgia do longa. Otero tangencia o conflito de Aistor/Lucía com habilidade notável e guia o olhar da audiência por sua angustiante, mas esperançosa jornada.

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