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Brasileiro busca reeducação alimentar e consciência nutricional

Equilíbrio é a chave para atingir a harmonia entre corpo e mente e comer bem – e há mais de um jeito de fazê-lo – é fundamental para esse objetivo

Por Beatriz França

O que é comer bem? Para alguns é o fato de ir em um restaurante 5 estrelas, para outros ter uma alimentação balanceada e repleta de alimentos saudáveis. Cada vez mais pessoas buscam por opções de reeducação alimentar, sem visar apenas o emagrecimento, que acaba sendo consequência disso, mas com foco principal em mudar os hábitos alimentares.

Bruna Soares, de 27 anos, é a prova viva disso. Vindo de uma alimentação extremamente ‘pobre’ de nutrientes e repleta de guloseimas, a jovem publicitária viu seus exames cheios de alterações.

Ela, que não quis compartilhar foto do seu rosto e nem do corpo, conta que por muito tempo tentou incrementar sua alimentação, mas que sempre desistia no meio do caminho. “Sempre tive dificuldade em comer coisas saudáveis, preferia um lanche do que jantar brócolis, por exemplo. Mas o ‘amanhã’ bateu na porta e precisei pegar firme no plano alimentar”, diz. 

Com o ‘paladar infantil’, como ela mesma se define, o pré-conceito de comer algum alimento já estava instaurado em sua rotina. “Toda vez que eu chegava perto de um tomate já ‘sabia’ que não gostava e eu só tinha experimentado uma vez, mas parecia que o gosto vinha para a minha boca sempre que me ofereciam. Até que um dia isso estava no meu cardápio e eu decidi não adiar mais. E não foi que eu gostei?”, fala aos risos.

A nutricionista Vitória Lopes, de 24 anos, tem como foco principal o trabalho de reeducação alimentar | foto: arquivo pessoal

A nutricionista Vitória Lopes, de 24 anos, tem como foco principal em seus atendimentos a reeducação alimentar. Praticamente 97% dos seus pacientes entram em contato buscando um novo relacionamento com a comida: sem tabus e pré-conceitos.

“Antes, as pessoas enxergavam a nutrição como opção para curar doenças e hoje, as pessoas estão preocupadas com a saúde, buscam prevenção. Cada paciente que atendo tenho o prazer de ensinar como se nutrir de verdade, é um ‘troféu’ como profissional”, diz.

Para Vitória, comer bem vai além de se alimentar de “algo considerado saudável”, esse conceito, na verdade, é sobre se sentir em paz com as coisas que come. “O que importa é o alimento que está na sua frente, sem terrorismo por trás. Quando você se alimenta daquilo que gosta e com equilíbrio, você está comendo bem”, explica.

Ana Caroline Pereira Gomes, de 27 anos, decidiu mudar seus hábitos alimentares ao perceber que estava comendo “muita besteira”, como ela mesma define: “Estava me sentindo muito cansada, a gastrite sempre atacada e decidi mudar meus hábitos alimentares, buscar um acompanhamento com nutricionista para ter um norte de como começar essa mudança”.

Ana Caroline reconhece que sua alimentação não era das melhores. O amado fast food da maioria dos brasileiros estava presente em sua rotina há cerca de quatro dias da semana. “Comia muito fast food, umas 4 vezes, não estava comendo fruta e muito menos salada. Muita fritura e refrigerante também”, diz.

A nutricionista Gabrielle Sá Lagares reforça que o processo de reeducação alimentar pode levar meses ou anos | Crédito: Bruna Bispo

O processo de reeducação alimentar

Reeducação alimentar vai além de um cardápio para seguir no dia a dia. A nutricionista Gabrielle Sá Lagares, de 26 anos, explica que esse é um processo que leva tempo, pois não é só inserir novos alimentos no dia a dia.

“Na verdade, a reeducação alimentar é sobre trabalhar a mentalidade da pessoa e ajudar com que ela comece a se relacionar de uma forma positiva com o alimento. O processo tem como base mudar os hábitos da pessoa, não apenas incluir hábitos mais saudáveis”, explica a nutricionista.

Vitória Lopes também conta que gosta de trabalhar a reeducação alimentar em etapas e melhorar a qualidade de alimentação dos seus pacientes. “No primeiro momento, traçamos metas alcançáveis e pequenas trocas alimentares. Já na segunda etapa, além da qualidade, trabalhamos a quantidade e novas metas. Por fim, mostro a infinidade de alimentos e ensino a fazer combinações”, fala.

Os benefícios da reeducação alimentar

Tanto para Ana Caroline, quanto para Bruna Soares, a mudança de hábitos alimentares só beneficiou a saúde, bem-estar e o dia a dia de ambas. Gabrielle Sá Lagares reforça o quanto as pessoas estão buscando uma alimentação melhor e entendendo seus benefícios: “Elas entenderam que é preciso mudar verdadeiramente seus hábitos”.

Ana Caroline Pereira Gomes, de 27 anos, decidiu buscar acompanhamento nutricional ao notar que estava comendo ‘muita besteira’ | Crédito: Arquivo pessoal

Vitória Lopes explica que o equilíbrio é a peça fundamental para toda a base alimentar, inclusive na reeducação. “Na nutrição utilizamos a regra do 80/20, se você costuma comer alimentos naturais, tem horários para as refeições e bebe água em 80% do tempo, os outros 20% serão livres para aquela pizza, hambúrguer, alimentos que são considerados mais calóricos”, fala.

Ana Caroline relembra que antes de buscar um acompanhamento nutricional, não era fã de frutas e nem derivados de leite, mas que agora tem sido mais fácil de consumir esses alimentos.

“Hoje eu adoro comer frutas, principalmente kiwi e manga. Os derivados de leite ainda não sou muito chegada, mas tem sido mais fácil de comer. O bom desse acompanhamento é que não tive proibição de nada. A nutricionista respeitou minhas preferências e, assim, ficou mais fácil gostar das coisas porque nada foi imposto”, diz.

A nutricionista Vitória Lopes reforça que comer bem vai além da estética em si, pois “quando você come está alimentando seu corpo de tudo aquilo que ele precisa para sobreviver”. Ou seja, ter carinho pelo que você come é uma forma de cuidar do próprio corpo.

“O corpo funciona como uma máquina e o alimento é o combustível, então devemos lembrar que comer pouco faz mal da mesma forma que comer demais. Uma pessoa que se sente muito fadigada, dor de cabeça, sono e cansaço extremo, com certeza não está comendo da forma que deveria. Consequentemente, o corpo avisa que há sinal de problema”, diz.

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