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Os caminhos de Emma Stone

Reinaldo Glioche

Durante a última corrida para o Oscar viu-se muita bile nas redes sociais contra Emma Stone. Havia considerável parte da opinião pública torcendo por Lily Gladstone, primeira nativa norte-americana indicada à estatueta de Atriz e alguém com menos oportunidades na indústria do que Emma, que já detinha um Oscar, por “La La Land” (2016).

Foto: Reprodução/Variety

Sem entrar no mérito de qual performance era melhor, até porque isso pertence ao império da subjetividade, o trabalho de Emma Stone, que viria a vencer o Oscar, o seu segundo aos 35 anos de idade, era sublime em “Pobres Criaturas”. Assim como o era o de Gladstone em “Assassinos da Lua das Flores”.

“Pobres Criaturas”, que venceu quatro Oscars depois de ter conquistado o Leão de Ouro em Veneza, marca a segunda colaboração da atriz com o cineasta grego Yorgos Lanthimos e seu primeiro crédito como produtora de um longa-metragem.

Trata-se de uma conjuntura importante para dimensionar uma atriz que exerce controle criativo ímpar sobre sua carreira em Hollywood. Há outras jovens atrizes como Jennifer Lawrence e Margot Robbie que também agem de modo similar, mas Stone foi hábil em costurar uma colaboração singular com Lanthimos. Dois de seus próximos filmes, “Kinds of Kindness” e “Save the Green Planet”, serão novas colaborações com o cineasta grego. O primeiro deles, cotado para debutar em Cannes, estreia já este ano.

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Muitos se perguntam onde está a tal “maldição do Oscar” que costuma pairar sobre jovens atrizes premiadas pela Academia – Nicole Kidman, Halle Berry, Renée Zellweger e Brie Larson foram algumas das vítimas – que parece não encontrar o rumo de Stone. Desde que foi indicada pela primeira vez, em 2015, por “Birdman”, ela já voltou ao Oscar outras três vezes e triunfou duas, ambas na categoria principal.

Para se ter uma ideia, Meryl Streep, que ostenta 21 indicações e três vitórias, duas na categoria de Atriz, levou três décadas para conseguir sua segunda vitória na categoria. Stone o fez em sete anos. É algo mais impressionante do que muitos estão dispostos a admitir.

Escolhas incomuns

Stone não tem medo de arriscar, como prova a personagem Bella Baxter, que exige muito fisicamente da atriz, para além do despudor da nudez. O outro filme que já está rodando, que não é de Yorgos Lanthimos, é “Eddington”, novo longa do provocador Ari Aster. O filme promoverá um reencontro com Joaquim Phoenix, com quem contracenou em seus tempos de musa de Woody Allen em “O Homem Irracional” (2015).

À parte “Cruella” (2021), que também ganhará sequência, e a continuação de “Zumbilândia”, lançada em 2019, o mainstream não parece ser um objetivo para a atriz, que parece confortável fora de sua zona de conforto.

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