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Meta desfere golpe mais duro no Twitter desde aquisição por Elon Musk

Com redes sociais em declínio e Twitter em instabilidade, Mark Zuckerberg dá passo ousado para tentar salvar um modelo de negócio à beira do colapso

Redação Culturize-se

Não faz muito tempo que as redes sociais foram tomadas com o boato de que Elon Musk e Mark Zuckerberg, dois bilionários donos de empresas de tecnologia e redes socais, estariam dispostos a se enfrentar, no sentido de luta física mesmo, em um octógono. Seria algo interessante de se ver, pela curiosidade mórbida inerente, mas os dois já digladiam no campo das redes sociais.

Desde que fechou o capital do Twitter, Elon Musk viu o valor da empresa cair vertiginosamente e enfrentar diversos problemas, da instabilidade de servidores à falta de norte comercial para a empresa. Algo que pode ser atribuído à falta de expertise de Musk, que julgara ser mais fácil rentabilizar o Twitter, mas também é indicativo de que os tempos das vacas gordas das redes sociais acabou. Do TikTok ao ímpeto regulatório de governos ao redor do mundo, as redes sociais enfrentam uma crise existencial sem precedentes.

Meta versus Twitter
Foto: Reprodução/Internet

É neste cenário, tão hostil quanto imprevisível, que Mark Zuckerberg, que já canibalizara outras redes sociais (os stories são decalques do snapchat, e as próprias hashtags do Twitter foram absorvidas pelo Instagram), desfere o golpe mais duro no Twitter sob Elon Musk com o lançamento da rede social de microblogging Threads.

É a tempestade perfeita: problemas técnicos no Twitter coincidindo com uma semana de notícias fracas prepararam o terreno para o Threads. “De repente, você tem algo que é improvável: a Meta entrou no microblogging e as pessoas realmente estão gostando”, disse John Wihbey, professor da Escola de Jornalismo e Inovação Midiática da Northeastern University, que trabalhou como consultor contratado pelo Twitter, à Wired.

O Threads da Meta, que está intimamente ligado ao Instagram, mas é na verdade um aplicativo diferente, já tem uma grande vantagem sobre outros imitadores do Twitter – ele já possui um enorme potencial de usuários no Instagram – e essas pessoas podem optar por seguir contas que já seguem no Instagram assim que ingressarem no Threads.

O Threads permite que os usuários compartilhem postagens de texto de até 500 caracteres, além de compartilharem fotos e vídeos (com um máximo de 5 minutos). Na linha “união faz a força”, a Meta prepara uma integração com outras plataformas e reforça o potencial de isolamento do Twitter. Ou seja, a Meta planeja tornar o Threads compatível com o ActivityPub, o protocolo aberto de redes sociais estabelecido pelo Consórcio World Wide Web (W3C) e suportado por aplicativos como Mastodon e WordPress.

O Twitter ainda tem a força

A Meta anunciou no fim do ano passado que o Instagram ultrapassou 2 bilhões de usuários ativos mensais. Isso não implica, porém, em uma migração plena para o Threads, que, como o Twitter, é centrado em postagens de texto (em vez de imagens e vídeos, como o Instagram).

A nova rede ainda não pode fazer tudo o que o Twitter faz. As pessoas precisam ter uma conta no Instagram para se inscrever e o aplicativo não está disponível na União Europeia, que possui rigorosas normas de privacidade que o aplicativo pode não atender. O feed padrão é uma mistura de contas seguidas pelas pessoas e uma seleção de postagens feita por um algoritmo, não há recurso de mensagens diretas e a ordem do feed é algorítmica, não cronológica. O Threads também não possui uma seção de tópicos em alta e o recurso de pesquisa parece trazer apenas contas, não tópicos ou postagens específicas, o que inicialmente o torna menos atrativo para acompanhar grandes eventos de notícias. Além disso, ainda não há anúncios.

Primeiras impressões contam

A recepção, porém, não poderia ter sido mais positiva. Entretanto, como já aventado, as redes sociais como as conhecemos estão em declínio e o microblogging em particular, que o dia Musk, tem falhado em mostra viabilidade de lucros. Há, porém, outras minúcias em jogo. O Threads pode impulsionar a marca da Meta enquanto a reputação do Twitter vacila. E é uma oportunidade para aproveitar os anunciantes que abandonaram o Twitter. Está aí a grande jogada de Zuckerberg nesse xadrez em 4D que joga com Elon Musk.

A rápida adesão ao Threads de empresas como Netflix, Spotify e HBO, além de empresas jornalísticas, ajudam a dimensionar a crise vivida pelo Twitter de Musk. No lançamento, a rede social superou 30 milhões de usuários.

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