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Estreia de Pedro Almodóvar na literatura ganha publicação no Brasil

Obra ganha edição caprichada pelo selo Tusquets, criado em 1969, na Espanha, e presente no Brasil desde 2016

Redação Culturize-se

Pedro Almodóvar
Pedro Almodóvar, fotografado em agosto de 2021 em Madrid |Foto: Reprodução/El País

Durante a década de 1980, Pedro Almodóvar, renomado e aclamado diretor de cinema, escreveu uma série de crônicas para a revista La Luna de Madrid. Anos depois, o conceituado editor Jorge Herralde propõe a publicação desses textos, resultando na obra “Patty Diphusa e Fogo nas Entranhas”, que agora chega às livrarias em uma edição única pelo selo Tusquets, da Editora Planeta. Esse livro marca a estreia literária do cineasta.

A primeira parte da obra apresenta as memórias escandalosas da narradora-protagonista Patty Diphusa, uma estrela de filmes adultos. Ao compartilhar suas experiências mais íntimas, ela reflete sobre a cena de Madri nos anos 1980, permeada por sexo e drogas. Almodóvar descreve Patty como uma de suas personagens femininas favoritas: uma garota com uma intensa vontade de viver, que nunca dorme, é ingênua e grotesca, invejosa e narcisista. Ela é amiga de todos e de todos os prazeres, sempre disposta a enxergar o lado positivo das coisas, como o próprio autor escreve no prólogo da obra.

Capa do livro de Pedro Almodóvar

A segunda parte é protagonizada por um grupo de cinco mulheres, cujas vidas se entrelaçam devido ao seu envolvimento mútuo com um chinês sentimental, dono de uma fábrica de absorventes íntimos. Esse homem, constantemente traído, acaba se transformando no vilão da história. Para esta edição, os textos foram traduzidos por Eric Nepomuceno, conhecido por suas traduções para o português de obras importantes de autores como Jorge Luis Borges, Julio Cortázar e Gabriel García Márquez. A capa do livro apresenta a ilustração do projeto gráfico original.

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“Patty Diphusa e Fogo nas entranhas” refletem os sentimentos de Almodóvar em meio à turbulência do movimento cultural dos anos 1980. Essa obra transita entre a ficção e a não ficção, explorando de maneira instigante, despojada, repulsiva e empolgante as reflexões do autor sobre os círculos artísticos de Madri. Almodóvar revela que ficou muito feliz em ver esses textos se transformarem em um livro, embora, quando os escrevia, nunca estivesse seguro de que escreveria o próximo capítulo. O cineasta, vencedor de mais de 150 prêmios, incluindo o Oscar e o Globo de Ouro, encerra o texto com um convite: “Para concluir, só me resta pedir que leiam este livro com a mesma despretensão com que ele foi escrito”.

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