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Diários do ícone queer Sean DeLear ganham publicação nos EUA

Editora de teoria crítica e textos ativistas, a Semiotext(e), publica um livro com os relatos transgressivos de um jovem Sean DeLear, que viria a ser uma das referências do pós-punk nas décadas de 80 e 90

Redação Culturize-se

“Vou escrever tudo o que acontecer comigo em 1979.” Quase todos os dias durante um ano, o adolescente de 14 anos Sean DeLear cumpriu essa promessa. Eram registros de cenas da vida cotidiana como um garoto negro queer em pleno processo de amadurecimento, pouco antes do surgimento da AIDS. Entre relatos de paixonites, desentendimentos familiares e escapadas da escola, DeLear compartilhava detalhes íntimos de suas experiências roubando pornografia gay, fazendo programas e até mesmo chantagens.

Foto: Sean DeLear International

O diário foi uma revelação e uma alegria para os amigos de DeLear, que descobriram o caderno entre suas coisas após sua morte. “Eu não conseguia acreditar na personalidade que eu conhecia e que já estava completamente formada aos 14 anos. É tão engraçado que seu melhor amigo, Jeppe Laursen, tenha escrito ‘Born This Way’, porque ele realmente nasceu assim”, diz Cesar Padilla, em entrevista ao site AnOther que se uniu a Michael Bullock para editar o novo livro, “I Could Not Believe It: The 1979 Teenage Diaries of Sean DeLear”, publicado pela Semiotext(e).

DeLear borrava as fronteiras entre raça, gênero, sexualidade e estilo muito antes de existir qualquer linguagem para descrever sua vida e sua arte. Seja trabalhando como musa de videoclipes, vocalista de faixas de dança, dançarino de apoio, anfitrião no lendário Viper Room de Los Angeles ou babá da jovem Frances Bean Cobain, DeLear seguia sua própria estrela, definindo o sucesso conforme seus próprios termos.

“Este é um dos melhores livros que já li, porque a maioria das histórias de amadurecimento queer trata de ser espancado, de quanto você sofreu e depois de como superou a dor e a vergonha para se tornar seu verdadeiro eu”, diz Padilla. “Esta é a primeira história queer de amadurecimento que trata de alegria e prazer. Não é que ele não tenha enfrentado adversidades; é que ele tinha uma atitude muito boa em relação ao que quer que estivesse enfrentando.”

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