Kyra Piscitelli
Oito de março é quando comemoramos o Dia Internacional da Mulher, mas na verdade, a comemoração dura o mês todo e até mais. Mulheres fortes, histórias reais costumam ganhar versões no teatro. Para essa matéria, trazemos o exemplo de Dolores (1930-1959) e Pagu (1910-1962). Suas histórias inspiram, resgatam a história do Brasil e costumam levar fãs apaixonados de suas obras ao teatro, ou ajudam a criar uma nova legião de pessoas.
As mulheres aqui retratadas foram à frente do seu tempo, e são exemplos de coragem, autenticidade e força feminina. Infelizmente, alguns desses exemplos não foram reconhecidos em vida e fica à cargo da arte fazer isso. Mulheres que têm a nos ensinar até hoje.
Além das duas mulheres brasileiras, a história de autoras esquecidas ou tratadas como homens dos séculos XVII e XVIII também está listado aqui como dica teatral. Enquanto as duas primeiras montagens estão em São Paulo, a última está em cartaz no Mato Grosso do sul.
“PAGÚ – Até Onde Chega a Sonda”
Um manuscrito, ainda inédito, deixado pela escritora, poeta, feminista, desenhista, jornalista e militante Patrícia Rehder Galvão é o ponto de partida para “Pagú – Até Onde Chega a Sonda”. O espetáculo tem direção de Elias Andreato e atuação de Martha Nowill – que também assina o texto.
A peça estreou no final de 2022 no Sesc Pompeia e agora retornou para uma nova temporada a partir do Dia Internacional da Mulher, em 8 de março, e vai até 27 de abril, no Teatro Eva Herz, com apresentações às quartas e quintas, às 20h.
Em cena, os dois femininos dividem e se misturam no espaço, o da atriz e o de Pagú. As personagens compartilham temas como o machismo, a maternidade, o feminismo, angústias, alegrias e processos criativos. Dentro destes temas, Martha desenha com humor em seus relatos pessoais e com um olhar sarcástico uma “lente de aumento” para os fatos cotidianos que ainda carregam heranças do patriarcado.
SERVIÇO:
“PAGÚ – Até Onde Chega a Sonda”
Temporada: 8 de março a 27 de abril, às quartas e quintas-feiras, às 20h
Teatro Eva Herz – Livraria Cultura do Conjunto Nacional – Avenida Paulista, 2073 – Bela Vista
Ingressos: R$60 (inteira) e R$30 (meia-entrada)
Vendas online em https://bileto.sympla.com.br/event/80277
Classificação: 14 anos
Duração: 70 minutos
Acessibilidade: Local acessível para cadeirantes.
@a_sonda_da_pagu
“Dolores – Minha Composição”
Uma mulher poderosa, à frente do seu tempo, uma artista fugaz, que produziu muito, morreu jovem e não teve o merecido reconhecimento. Esse ícone da Música Popular Brasileira é o centro de “Dolores – Minha Composição”, espetáculo que estreia no Itaú Cultural em 23 de março de 2023. Rosana Maris dará vida à artista, no espetáculo que fica em cartaz gratuitamente até 16 de abril, de quinta a sábado, às 20h e domingos e feriados às 19h.
Com concepção, dramaturgia e atuação de Rosana Maris, direção e cenografia de Luiz Fernando Marques (Lubi), direção musical de Fernanda Maia e preparação da atriz de Denise Weinberg, o espetáculo apresenta planos de realidade que se entrecruzam para compor uma trama, em que seja possível fazer dialogar, ficção e realidade, passado e presente.
Dolores Duran viveu seu auge nas décadas de 1940 e 1950, produzindo dezenas de significativas composições, mesmo convivendo em um universo masculino, branco, preconceituoso e extremamente conservador e conseguindo ser uma mulher independente sendo negra, artista e pobre.
SERVIÇO:
“Dolores – Minha Composição”
Temporada: De 23 de Março a 16 de Abril de 2023
Horários: quinta, sexta e sábado, às 20h, e domingos e feriados, às 19h
Sala Itaú Cultural (Piso Térreo)
Capacidade: 224 lugares
Itaú Cultural
Av. Paulista 149 – Bela Vista, São Paulo – SP, 01311-000
Entrada gratuita
Reservas de ingressos na semana anterior às sessões através plataforma INTI – acesso pelo site do Itaú Cultural www.itaucultural.org.br
Essa temporada contará com acessibilidade em libras em todas as sessões.
“As Preciosas”
Parte do projeto Mulheres em Cena – Manutenção do Grupo Casa, a peça “As Preciosas”, com direção de Ligia Tristão Prieto, é baseada no livro “Na companhia de Bela”, fruto de pesquisa de Susana Ventura, Cassia Leslie e Roberta Asse sobre autoras dos séculos XVII e XVIII. Na dramaturgia, essas mulheres são resgatadas em uma grande máquina do tempo, na qual acompanham todos os acontecimentos e movimentos vividos no planeta.
Em cartaz até o dia 26, na Casa de Ensaio, a peça, que é um convite ao cultivo, ao resgate e a escuta de obras criadas por mulheres, a qualquer tempo, será apresentada em duas sessões: às 19h e às 20h30.
Além das apresentações, o grupo promove três oficinas gratuitas e abertas ao público: Escrita e dramaturgia para mulheres, com Ligia; Palhaçaria feminina, com Kelly Figueiredo; e Contação de histórias, com Renata Cáceres.
SERVIÇO:
“As Preciosas“
De 23 a 26 de março (de quinta-feira a domingo)
Sessões às 19h e às 20h30
Local: Casa de Ensaio
Rua Visconde de Taunay, 203, Amambai
Campo Grande (MS)
Ingressos: http://www.sympla.com.br/event__1921244
Oficina Escrita e dramaturgia para mulheres
Com Ligia Tristão Pietro
Dia 1 e 2 de abril, das 8h às 12h
Local: Casa de Ensaio
Rua Visconde de Taunay, 203, Amambai
Oficina Palhaçaria feminina
Com Kelly Figueiredo
Local: Casa de Ensaio
Rua Visconde de Taunay, 203, Amambai
Dia 1 e 2 de abril, das 14h às 18h
Local: Teatro Grupo Casa
Rua Visconde de Taunay, 306, Amambai
Oficina Contação de histórias
Com Renata Cáceres
Local: Casa de Ensaio
Rua Visconde de Taunay, 203, Amambai
Dia 1 e 2 de abril, das 8h às 12h
Local: Teatro Grupo Casa
Rua Visconde de Taunay, 306, Amambai
Entrada gratuita