Redação Culturize-se
A trajetória de Vampire Weekend desde sua estreia no final dos anos 2000 até seu último lançamento, “Only God Was Above Us”, é um testemunho de seu compromisso inabalável com a inovação e a evolução. O quinto álbum da banda reflete um afastamento de seus trabalhos anteriores, mantendo porém os elementos centrais que definiram seu som.
As letras introspectivas de Ezra Koenig e os vocais suaves permanecem fundamentais para a identidade da banda, mas “Only God Was Above Us” introduz uma nova paisagem sonora caracterizada por distorção, ritmos de hip-hop e bateria. Esse afastamento de seus álbuns anteriores é evidente desde a faixa de abertura, “Ice Cream Piano”, que estabelece o tom para uma jornada em território inexplorado.
Apesar desse distanciamento, o álbum não é uma reinvenção completa. Elementos de seus lançamentos anteriores, como a perspectiva ansiosa de “Modern Vampires of the City” e a essência alegre de “Father of the Bride”, ainda estão presentes. No entanto, “Only God Was Above Us” se destaca como sua própria sobrecarga sensorial, com uma falta deliberada de ganchos óbvios e um maior foco na experimentação.
Uma das melhores faixas do álbum, “Mary Boone”, exemplifica essa sobrecarga sensorial com sua justaposição de um simples toque de piano contra um pano de fundo de caos. Da mesma forma, a faixa final, “Hope”, serve como uma conclusão comovente para um álbum repleto de fatalismo. As letras de Koenig pintam um quadro de verdades modernas e uma falta de controle mais ampla, culminando em um hino para a aceitação passiva.
O que diferencia “Only God Was Above Us” é sua honestidade e introspecção. O álbum reflete sobre temas de legado, história e passagem do tempo, com Vampire Weekend abraçando seu passado enquanto também empurra os limites de seu som. Essa disposição para evoluir e experimentar permitiu à banda manter a relevância e o interesse em seu novo material, consolidando seu status como uma das bandas mais ambiciosas e inovadoras de sua geração.