Tom Leão
O drama biográfico está na moda. Seja nas telas de cinema ou nas séries do streaming. Apesar de ser um filme chapa branca e com um ator um bocado mais jovem (Kingsley Ben-Adir) do que o enfocado, “One Love”, que cobre o período final da vida de Bob Marley, foi um sucesso, para um filme relativamente de baixo custo, chegando perto dos US$200 milhões em faturamento mundial.
Nessa trilha, se anuncia a cinebio de Bob Dylan, que será encarnado por Timothée Chalamet (o Paul Atreides de “Duna”, e o Willy Wonka jovem da prequel “Wonka”), chamada “Um Completo Desconhecido”. Achei a escolha do ator meio equivocada (Cate Blanchett, por exemplo, se parece muito mais com Dylan, naquele filme do Todd Haynes, “Não Estou Lá”, apesar de ser uma mulher, loura e grande) já que ele não tem as características faciais de Dylan. Mas, no momento, tem o chamado ‘nome de marquise’, atrai público e bilheteria. Estão na fila, filmes sobre Michael Jackson (que será feito por seu sobrinho, Jafar Jackson, que é MUITO igual a MJ jovem!), Amy Winehouse, Carole King (Daisy Edgar-Jones), Maria Callas (Angelina Jolie) e Nat King Cole.
Recentemente, outros nomes da cena pop/rock renderam filmes de sucesso: Freddie Mercury era a força-motriz em “Bohemian Rhapsody” (o chamado ‘filme do Queen’, de Bryan Singer), numa atuação visceral de Rami Malek (que levou Oscar pelo papel). Taron Egerton, não ficou atrás, com a sua personificação de Elton John (tão bom ou melhor do que Malek), em “Rocketman”, do produtor de Queen, Dexter Fletcher.
No momento, o que temos sobre o filme de Bob Dylan, é: ele será focado na chegada do bardo a Nova York, vindo de Minnesota, e se inserindo na nascente cena folk do Greenwich Village (o bairro boêmio que fica no lado leste da ilha de Manhattan). O filme, dirigido por James Mangold (do último Indiana Jones e “Wolverine”) não tem data de lançamento, embora já tenha divulgado imagens. Mas, chamará atenção também por causa de seu elenco/nomes de apoio, que terá Joan Baez, Johnny Cash (Boyd Holbrook), Pete Seeger (Edward Norton) entre outros. O lado bom, é que o próprio Dylan está envolvido na produção, fazendo anotações ao roteiro e garantindo a veracidade dos fatos que serão mostrados. Bacana.
Se Chalamet não é muito parecido com Mr Zimermann, Jeremy Allen White é ainda menos parecido com Bruce Springsteen. O ator da série “The Bear” fará o working class hero de New Jersey em filme já anunciado. Mas, ele é baixinho e musculoso, características bem diferentes das de Springsteen (além de ter marcantes olhos azuis). Nada que maquiagem e ângulos de câmera não disfarcem. Mas, acho que ele está no filme mais por sua fama atual (assim como Chalamet), do que por suas semelhanças com o Boss. O filme se focará especificamente no período em que Bruce gravou o seu álbum clássico “Nebraska” (1982), que apontou novas direções em seu caminho musical. O nome do filme, a princípio, será o mesmo do livro de Warren Zane, “Deliver Me From Nowhere”, lançado em 2023.
Mais a ver (em minha opinião) é a escalação de Selena Gomez para fazer a cantora Linda Ronstadt (que, não tem muito cartaz por aqui, mas passou o rodo em dúzias de rockstars, era muito sexy, e gravou álbuns importantes). Selena, além de guardar semelhanças com Linda, também, canta. Então, não terá de fazer playback. O filme de David O. Russell está em pré-produção, e um dos produtores é James Keach que, em 2019, fez documentário ‘Linda Ronstadt: the Sound of my Voice’, sobre a cantora, que já foi indicada 11 vezes ao Grammy, ganhou uma vez e, no momento, encontra-se lutando contra o Mal de Parkinson. Isso é tudo o que há sobre o filme, até agora.
Mais ambicioso, serão os quatro (!) filmes do diretor inglês Sam Mendes (que ganhou Oscar por ‘Beleza Americana’), sobre os Beatles, cada um dedicado a cada rapaz de Liverpool. Cada filme contará a história do grupo sob o ponto de vista de cada membro (Paul, John, George e Ringo), mas ainda não se sabe em que ordem eles serão lançados e quem farão os papéis. Apenas que os filmes virão em 2027.
Paul McCartney, Ringo Starr e familiares dos falecidos George Harrison e John Lennon, liberaram acesso ao material da banda, o que garante também, que teremos músicas deles na trilha. O que não acontece na maioria dos filmes que mostram os Fab Four. Por aqui, depois das cinebios de Gal Costa (fraca), Mamonas (ruim) e de Claudinho e Buchecha (ok), entre outras, estão chegando as de Sidney Magal e Clara Nunes, que antes, foram musicais de teatro. Serão as cinebios os novos filmes de super heróis?