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“Fortaleza” desconstrói masculinidade erigida nos anos 80 e 90

Redação Culturize-se

“Fortaleza” chega aos palcos do Espaço Abu, em Copacabana, no Rio de Janeiro, neste sábado (2). A peça promete uma abordagem profunda sobre a construção da masculinidade através da história de dois amigos de infância. A partir do texto de José Pedro Peter, a peça provoca questionamentos e reflexões, permitindo que cada espectador tire suas próprias conclusões.

Fortaleza
Foto: Divulgação

“A história é contada sob o ponto de vista do PH e mostra que o adulto que ele se tornou, mesmo vivendo uma vida tranquila com mulher e filhos, carrega culpa e arrependimento e não consegue ficar em paz com o seu passado. Ele apenas sobrevive”, descreve Peter sobre a trama.

PH, interpretado por Carlos Marinho, é um homem de 35 anos cuja trajetória é marcada por uma educação rígida e um pai extremamente preconceituoso. Este ambiente moldou sua personalidade, tornando-o refém de acontecimentos do passado que culminaram no fim da amizade com seu melhor amigo, Bruno, vivido pelo próprio José Pedro Peter.

“Na adolescência, PH não mede esforços para expressar seu ponto de vista preconceituoso e o machismo, herdados do pai. Há uma cena em que Bruno confessa que gosta de Cazuza e o amigo diz para ele que está errado, que ele não pode gostar de um cantor gay que tem uma doença. Coisas que ele escutou do pai em casa”, revela Carlos.

Repleta de referências aos anos 80 e 90, como Cazuza, Oasis, fitas VHS e revistas pornôs, “Fortaleza” mergulha na adolescência dos personagens, destacando como essa fase crucial da formação da sexualidade foi responsável por corroer a amizade entre PH e Bruno.

“É um rito de passagem de um dos personagens, que, já maduro, repassa certos acontecimentos da juventude que deixaram cicatrizes na sua relação com o seu melhor amigo e que ele leva pela vida adulta. Uma espécie de ‘Dom Casmurro’ moderno”, analisa o diretor Daniel Dias da Silva, ressaltando a profundidade e atualidade da temática abordada pela peça.

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