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Os Bananas Splits eram muito loucos. E divertidos!

Tom Leão

Para comemorar os 50 anos dos Banana Splits, em 2019, foi lançado um filme, feito diretamente para o streaming (tem para alugar no Prime Video, Google e Apple), mas que, em alguns países, foi exibido, também, no canal SyFy (que, agora, se chama USA, no Brasil). Só que, não espere a diversão, música e alegria que caracterizava aquela banda de bonecos muito louca. O filme (uma produção sul africana!), mostra um grupo de fãs, que ganha um concurso para ir ao estúdio de TV ver uma gravação do programa dos Banana Splits. Só que, depois do show, todos ficam presos no local. Daí, são perseguidos por versões robóticas e malignas dos simpáticos bonecos, que os vão matando um a um (exceto as crianças, é claro).

  Achou essa trama conhecida? Pois é (quase) exatamente a mesma do atual sucesso ‘Five nights at Freddy´s: o pesadelo sem fim’ (um dos piores e mais rentáveis filmes do ano, ainda em cartaz). Quando assisti este, imediatamente lembrei do filme dos BS. Cópia? Ninguém até agora apareceu para reclamar disso. ‘Freddy´s’ é baseado em popular série de videogames e tem uma base de fãs enorme. Só isso explica o sucesso.

  Já os Banana Splits originais (fora de circulação na TV, a última vez, passou no Tooncast) mostram que, há 50 anos, alguns programas de TV, ditos ‘para crianças’, eram bem ousados e psicodélicos. Desde a famosíssima série camp em live action do ‘Batman’ (cujos vilões eram grandes atores da velha Hollywood), passando por desenhos musicais (‘Archies’, ‘Gatolândia’) e séries psicodélicas (como a dos Monkees), tudo era muito colorido, pop, musical e alucinado. Os Banana Splits misturavam tudo isso, de uma maneira muito anárquica, a pretexto de divulgarem um parque de diversões, o Six Flags, onde apareciam em vinhetas musicais, nos intervalos. Emplacaram até um hit, ‘Doin´ the Banana Split’.

  Criados por Joseph Barbera e William Hanna, a famosa dupla Hanna-Barbera dos desenhos, os Banana Splits eram uma espécie de banda de rock maluca. As fantasias foram criadas pelos irmãos canadenses Sid & Marty Krofft (este último, acabou de falecer), que, depois – talvez inspirados pelo sucesso dos BS –, criaram outras atrações psicodélicas, como ‘A flauta mágica’ (‘Puffnstuff’). Os bichos (um cachorro, um macaco, um leão e um elefante) comandavam um programa chamado ‘The Banana Splits Adventure Hour’, dentro de uma casa maluca, onde alguns objetos tinham vida e mil coisas aconteciam.

   O programa estreou em setembro de 1968 (teve duas temporadas até 1970) e era composto por esquetes e números musicais com os Bananas e convidados. E atrações, como os desenhos ‘Os cavaleiros da Arábia’ e ‘Os três mosqueteiros’ (com aventuras seriadas, você precisava acompanhar os capítulos semanais) e mais um segmento live-action, ‘A ilha do perigo’, estrelada pelo futuro galã Disney, Jan-Michael Vincent, e dirigida por Richard Donner — que, em 1978, faria o clássico filme do Superman.

Banana Split
Fotos: Reprodução/Internet

Depois, veio o desenho curto ‘Micro Aventuras’, que tinha uma vibe ‘Viagem Fantástica’, com uma família que ficava diminuta e explorava o seu quintal.  ‘The Banana Splits movie’ (que foi a primeira adaptação de um produto da Hanna-Barbera e Krofft censurada para menores), está longe de ser musical e divertido. Na verdade, é um filme de terror, repleto de cenas violentas/gore. É bem melhor do que o filme do Freddy´s (que, de terror, não tem nada, e cujo roteiro parece ter sido baseado neste), cujos bonecos, remetem aos que tínhamos aqui, na franquia da lanchonete e casa de jogos para crianças Chico Cheese (da americana Chuck E. Cheese), que existiu no Rio de Janeiro, nos 90s. Esse viés incomodou os fãs do programa original (tão colorido e divertido), embora mostre alguma ousadia, ao optar por um caminho totalmente diferente. Contudo, o misto de comédia de humor negro com terror, é apenas ok. Melhor ficar com os originais.

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