Produção que estreia no fim do mês nos cinemas brasileiros tem roteiro assinado por Walter Salles e celebra o poder transformador do cinema. Saiba mais detalhes de “A Contadora de Filmes”
Redação Culturize-se
“A Contadora de Filmes” (La Contadora de Películas), novo filme dirigido pela dinamarquesa Lone Scherfig, chega aos cinemas brasileiros em 28 de novembro, trazendo a adaptação do best-seller homônimo de Hernán Rivera Letelier. Com roteiro assinado por Walter Salles, Rafa Russo e Isabel Coixet, a produção é uma celebração do poder transformador do cinema e da arte de contar histórias.
Ambientada nos anos 1960, no deserto do Atacama, Chile, a trama acompanha María Margarita, uma jovem de origem humilde que descobre um talento único para narrar histórias. Após um acidente de trabalho que incapacita seu pai, a família de María, antes habituada a frequentar o cinema, precisa reduzir seus gastos. Apenas um dos filhos pode assistir aos filmes e relatar as histórias aos demais. Nesse contexto, María revela uma habilidade extraordinária de transportar seus ouvintes para os mundos fantásticos que descreve, conquistando não apenas sua família, mas também os moradores da vila.
A história, repleta de humanidade, é permeada pela relação com o cinema como forma de escape e transformação. Comparado ao clássico “Cinema Paradiso”, o filme exalta o poder do cinema enquanto experiência coletiva. Sara Becker, que interpreta María Margarita na fase adulta, reflete: “Hoje, consumimos muito conteúdo sozinhos, mas compartilhar o cinema em grupo nos abre ao outro. Isso é o mais bonito.”
Elenco de peso e legado cultural
O elenco reúne grandes nomes, como Daniel Brühl, Bérénice Bejo, Antonio de la Torre e Alondra Valenzuela. Brühl, conhecido por papéis em filmes como “Adeus, Lênin!” e “Bastardos Inglórios”, assume o personagem Hauser, descrito como “um homem perdido, preguiçoso e oportunista.” O ator, que possui raízes latino-americanas por parte de seu pai, destacou a importância de integrar um projeto que homenageia a contação de histórias, um elemento intrínseco às culturas latino-americanas.
O filme também explora aspectos históricos e culturais do Chile, retratando a vida nas salitreiras e as dificuldades enfrentadas por trabalhadores na região. Filmado em locações como Pedro de Valdivia, María Elena e Tocopilla, “A Contadora de Filmes” é, além de uma homenagem ao cinema, um retrato das adversidades e resiliência de uma comunidade.
Uma ode ao cinema
Para dar vida a María Margarita, as atrizes Alondra Valenzuela e Sara Becker precisaram incorporar nuances que transitam entre infância e maturidade. Becker estudou a performance de Bérénice Bejo, que interpreta a mãe de María, para reproduzir gestos e traços que refletem a conexão entre as personagens. Além disso, a reprodução fiel do linguajar formal da época foi um dos desafios enfrentados pelo elenco.
Daniel Brühl destacou que o filme é uma “ode ao cinema”, ressaltando como a obra remete a clássicos como “Cinema Paradiso”. “O cinema é outra dimensão; é algo único”, afirmou o ator.
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“A Contadora de Filmes” ressalta como a narrativa tem o poder de transformar realidades, unir pessoas e perpetuar memórias. Isso tudo em um contexto de celebração da sétima arte. O longa se afigura como uma experiência emocionante e nostálgica para os amantes do cinema e das boas histórias.