Redação Culturize-se
A arma mais cobiçada no arsenal de Star Wars não é um sabre de luz ou a Estrela da Morte — é o personagem de Rey Skywalker. Desde o anúncio de Simon Kinberg, em 7 de novembro, sobre o desenvolvimento de uma nova trilogia de Star Wars, os debates sobre sua possível conexão com a icônica Saga Skywalker reacenderam. Poderia essa trilogia estender o legado narrativo de Luke Skywalker, Darth Vader e do universo revolucionário criado por George Lucas em 1977? No centro dessas especulações está Rey, a catadora de sucata que se tornou Jedi, interpretada por Daisy Ridley.
Rey tornou-se uma figura central para o futuro da franquia, especialmente após “A Ascensão Skywalker” (2019), que arrecadou US$ 1,077 bilhão globalmente, mas dividiu fãs e críticos. A recepção mista do filme evidenciou os desafios da Lucasfilm em evoluir além dos arcos narrativos originais. O filme solo de Rey, dirigido por Sharmeen Obaid-Chinoy e revelado na Star Wars Celebration de 2023, destaca sua relevância contínua. Embora atrasos na produção tenham desacelerado o progresso, seu papel permanece uma prioridade na estratégia da Lucasfilm.
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A proposta da trilogia de Kinberg adiciona complexidade a esses planos, alimentando rumores sobre uma “disputa por Rey” entre cineastas. Fontes internas refutam a ideia de conflitos, mas reconhecem que a Lucasfilm está deliberando cuidadosamente sobre os próximos passos de Rey. Um insider próximo à franquia a descreve como “o ativo cinematográfico mais valioso” que Star Wars possui atualmente, especialmente porque os personagens do legado, como Luke, Leia e Han, já concluíram suas histórias. Em contraste, Rey representa uma figura moderna, lucrativa e com potencial inexplorado.
Diferentemente das séries do Disney+— onde criadores como Dave Filoni expandiram o universo com “The Mandalorian”, “Andor” e “Ahsoka” — os filmes de Star Wars enfrentam um escrutínio maior. Cada novo projeto carrega uma pressão imensa para alinhar-se aos laços nostálgicos dos fãs com a trilogia original, apelidada de “Velho Testamento” da franquia. Como observa um insider, os cineastas encarregados de criar novas histórias estão essencialmente escrevendo um “Novo Testamento,” enfrentando questionamentos constantes e interpretações conflitantes.
A contratação de Kinberg sublinha o ecossistema único de desenvolvimento da Lucasfilm, onde múltiplos projetos se sobrepõem em personagens e cronologias. Além da trilogia de Kinberg e do filme centrado em Rey, outros projetos em andamento incluem “Dawn of the Jedi”, de James Mangold—ambientado muito antes dos Skywalkers—e produções de Taika Waititi, Shawn Levy e Donald Glover. No entanto, essa abordagem de desenvolvimento paralelo corre o risco de criar um efeito dominó; o primeiro filme a ser lançado pode influenciar a trajetória dos outros.
Os desafios da Lucasfilm vão além das barreiras criativas. A dependência da franquia na nostalgia levanta dúvidas sobre sua capacidade de inovar. Enquanto as séries de TV desfrutam de maior liberdade para expandir o universo de Star Wars, os projetos cinematográficos permanecem presos ao peso do legado Skywalker.
Enquanto a Lucasfilm equilibra sua reverência pela história de Star Wars com a necessidade de explorar territórios inexplorados, Rey emerge como o ponto central do futuro cinematográfico da franquia. Seja através da trilogia de Kinberg, de seu filme solo ou de outros projetos ainda não anunciados, a jornada de Rey sinaliza um novo capítulo para a galáxia muito, muito distante. A questão fundamental permanece: Star Wars deve continuar revisitando suas raízes ou abraçar corajosamente sua próxima evolução?