CEO do Google, Sundar Pichai, depôs e ofereceu uma perspectiva diferente para o que chamou de “promoção aprimorada” do buscador da empresa junto a parceiros comerciais
Redação Culturize-se
No julgamento em curso e que representa alto risco para o Google, o CEO da empresa, Sundar Pichai, compareceu como testemunha-chave, reconhecendo o valor dos acordos que tornam o mecanismo de busca do Google a opção padrão em smartphones e navegadores. Pichai enfatizou que, quando executados corretamente, esses acordos podem ter um impacto significativo e beneficiar tanto a empresa quanto os usuários.
O governo dos EUA alega que o Google manteve um monopólio ao garantir esses acordos, assegurando que seu mecanismo de busca apareça proeminente em diversos dispositivos. O Google nega qualquer irregularidade, afirmando que sua predominância de mercado se deve à qualidade de seu produto, que os consumidores escolhem voluntariamente.
O Departamento de Justiça havia alegado anteriormente que o Google gasta mais de US$ 10 bilhões anualmente em acordos padrão. No entanto, durante o julgamento, foi revelado que a empresa pagou um substancial valor de US$ 26,3 bilhões por esses acordos em 2021. Este julgamento, que está em andamento há sete semanas, representa o caso antitruste mais significativo em uma corte norte-americana em 25 anos.
O depoimento de Pichai seguiu o do CEO da Microsoft, Satya Nadella, que argumentou que os contratos padrão do Google minam a noção de escolha do usuário na pesquisa. Os promotores destacaram que o Google empregou práticas que havia criticado na Microsoft no início dos anos 2000. Naquela época, o Google havia ameaçado ação legal contra a Microsoft, pois planejava tornar seu mecanismo de busca a opção padrão em seu navegador Internet Explorer, deixando os usuários sem escolha.
Uma questão de ótica
Além disso, observou-se que os acordos do Google, nos quais a empresa compartilha receita de consultas de pesquisa, impedem que seus parceiros permitam que os usuários escolham seu próprio mecanismo de busca padrão. Pichai defendeu a posição do Google, afirmando que a empresa não proíbe a escolha do usuário, mas paga pela promoção aprimorada em acordos comerciais.
O julgamento também trouxe à tona alegações de destruição de documentos e evidências ocultas. O Google forneceu mais de 5 milhões de documentos no caso, mas os promotores argumentam que a empresa escondeu evidências e destruiu documentos por anos. O julgamento é o caso antitruste mais significativo contra um gigante da tecnologia desde que o Departamento de Justiça acusou a Microsoft de comportamento anticompetitivo na década de 1990, o que levou à divisão ordenada pelo tribunal da empresa, decisão que foi posteriormente revertida em recurso.