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Preocupado com o futuro do cinema independente, Richard Linklater lança “Hit Man”

Redação Culturize-se

No 23º filme de Richard Linklater, “Hit Man”, ele cria uma mistura inventiva de gêneros e tons, incluindo romance, noir, thriller e estudo psicológico, tudo apresentado com um toque agradavelmente leve. O longa está causando sensações nos festivais outonais do hemisfério Norte, como Veneza e Toronto.

O filme é baseado em um artigo de revista de crimes reais escrito por Skip Hollandsworth, um jornalista do Texas que colaborou anteriormente com Linklater em “Bernie” em 2011. “Hit Man” explora a história de Gary Johnson, um professor de psicologia da vida real que levava uma vida dupla como um assassino de aluguel disfarçado para a polícia de Nova Orleans. Quando ele quebra o protocolo para ajudar uma mulher desesperada a escapar de um namorado abusivo, ele se vê envolvido em suas próprias personas falsas, se apaixonando pela mulher e à beira de se tornar um criminoso.

O filme é ancorado por duas performances carismáticas de Glen Powell e Adria Arjona. Powell também colaborou com Linklater no roteiro, marcando seu primeiro crédito como roteirista. No Festival de Cinema de Veneza, Linklater conversou com o The Hollywood Reporter para discutir a criação do filme, seus temas filosóficos e o estado atual do cinema independente americano.

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Como tudo começou

Linklater revela que a gênese criativa de “Hit Man” remonta a 2001, quando ele encontrou o artigo de Skip Hollandsworth pela primeira vez. O personagem de Gary Johnson, o assassino de aluguel disfarçado, fascinou Linklater, levando-o a imaginar uma comédia sombria ambientada nesse mundo de pessoas que procuram contratar assassinos de aluguel. No entanto, somente quando Glen Powell entrou em contato durante a pandemia, depois de ler um artigo semelhante, que o projeto ganhou impulso. Juntos, eles exploraram a possibilidade de a mulher salva por Gary ligar para ele depois, levando ao relacionamento complexo no centro do filme.

Os materiais de pesquisa para o filme vieram dos extensos arquivos de Hollandsworth, incluindo transcrições de entrevistas e filmagens de vigilância. Esses materiais forneceram insights sobre a natureza arrepiante e banal dos casos da vida real, nos quais as pessoas discutiam a contratação de assassinos de aluguel tão casualmente quanto qualquer outro serviço. Alguns desses personagens e cenários da vida real encontraram seu caminho diretamente no roteiro do filme.

Sobre o processo de co-escrita com Glen Powell, Linklater considerou-o uma colaboração natural. Eles compartilharam ideias e exploraram as complexidades da história, com Powell trazendo profundidade às identidades falsas criadas por Gary para cada um de seus casos. O envolvimento de Powell permitiu que explorassem essas personas de maneira mais extensiva do que o verdadeiro Gary fez.

Foto: Reprodução/Twitter

O filme também explora temas filosóficos, especialmente a ideia de que a realidade não é fixa, algo que Linklater retirou de suas próprias experiências e leituras. Ele explora o conceito de que as pessoas podem mudar e se tornar versões melhores de si mesmas, desafiando a noção de identidade fixa. No entanto, o filme também levanta questões sobre as implicações morais desse ponto de vista, já que os personagens justificam suas ações, incluindo assassinato, em nome do amor.

Cautelosamente otimista

Linklater se mostra incomodado com o estado atual do cinema independente americano e expressa preocupações sobre seu futuro. Ele observa a mudança na forma como os filmes são distribuídos e consumidos, com foco em plataformas de streaming e um possível declínio na importância cultural do cinema. Ele enfatiza a importância do envolvimento das jovens audiências com os filmes e espera por um ressurgimento do apreço pela forma artística. Linklater reconhece os desafios, mas permanece cautelosamente otimista sobre o futuro do cinema.

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