Search
Close this search box.

As parcimônias da 35ª Bienal de São Paulo

Redação Culturize-se

A 35ª Bienal de São Paulo está em vigor e apresenta uma experiência de arte contemporânea que desafia o previsível e o confortável. Nesta edição, intitulada “Coreografias do Impossível”, as fronteiras e convenções seculares, enraizadas nos períodos coloniais em todo o mundo, são desafiadas e desfeitas, convidando curadores, artistas, arquitetos e o público a participarem de um movimento de desconstrução amplo e cheio de ramificações.

Bienal de São Paulo
Foto: Divulgação

A curadoria dessa edição é composta por Diane Lima, Grada Kilomba, Hélio Menezes e Manuel Borja-Villel, que se propuseram a romper com a figura tradicional de um curador-chefe. Destaca-se que três dos quatro integrantes são negros, e pela primeira vez há duas mulheres na equipe. Eles buscam questionar a modernidade colonial, eurocêntrica e ocidental, reconhecendo a importância de outras formas de conhecimento presentes em culturas nativas, comunidades afrodescendentes e várias outras perspectivas.

O presidente da Fundação Bienal de São Paulo, José Olympio da Veiga Pereira, enfatiza a importância de incluir grupos anteriormente excluídos ou com menor representatividade na Bienal, enviando uma mensagem importante ao mundo.

Uma característica notável desta Bienal é a ausência de agrupamento das obras por temas, países ou outras categorias hierárquicas. Em vez disso, a exposição busca apresentar relações desiguais e assimétricas, proporcionando uma experiência artística diversificada, que desafia a enciclopédia ocidental e promove um diálogo entre diferentes perspectivas culturais.

Outro destaque é a decisão de não enfatizar a nacionalidade dos artistas, questionando a própria ideia de nação. Os organizadores buscam criar novos vocabulários e elaborar perguntas que antes não eram feitas, reconhecendo a complexidade das identidades dos artistas.

A Bienal também abriga uma variedade de artistas e movimentos sociais, como a Cozinha Ocupação 9 de Julho, que oferece uma experiência culinária que promove a alimentação como cultura e arte.

Foto: Divulgação

A exposição “Coreografias do Impossível” convida os visitantes a se movimentarem por entre as obras de 121 artistas, criando um ambiente sinestésico e sensorial que desafia as impossibilidades do mundo. A arquitetura da exposição foi concebida para proporcionar uma experiência de visitação única, onde os visitantes têm a oportunidade de criar sua própria Bienal.

A 35ª Bienal de São Paulo é uma celebração da diversidade, da desconstrução de fronteiras e da exploração de novos horizontes na arte contemporânea, convidando o público a participar de uma jornada artística que desafia convenções e promove a inclusão de vozes e perspectivas anteriormente marginalizadas.

Deixe um comentário

Posts Recentes