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Arte contemporânea argentina em destaque no Instituto Tomie Ohtake 

Exposição traz a São Paulo um recorte da Colección Oxenford, principal coleção de arte contemporânea da Argentina

Redação Culturize-se

Um segundo recorte da Coleção Oxenford chega ao Instituto Tomie Ohtake em São Paulo sob o título “Un lento venir viniendo – Capítulo II”. A abertura da exposição está marcada para o dia 05 de setembro. A coleção é resultado da paixão do empresário argentino Alec Oxenford pela arte contemporânea argentina e seu desejo de apoiar a cena artística local.

A mostra, que conta com a organização da produtora cultural Act., dirigida por Fernando Ticoulat e João Paulo Siqueira Lopes, tem curadoria do poeta e curador argentino Mariano Mayer. São apresentadas 71 obras de 48 artistas, abrangendo diversas linguagens como pintura, fotografia, instalações visuais, performances, esculturas, colagens e publicações.

arte contemporânea argentina
David Lamelas, Buenos Aires no existe, 2007-2009 | Foto: Divulgação

A exposição tem como disparador a noção de “cópia”, fazendo referência ao legado do artista paulistano Hudinilson Jr. e seu uso das fotocopiadoras. O objetivo não é ilustrar o que é a cópia na arte, mas sim proporcionar uma plataforma para que a arte contemporânea argentina, por meio das obras selecionadas, nos leve a refletir sobre o que é a cópia, a arte e suas interseções, possibilidades e limitações. A mostra questiona a identidade e a diferença, o original e o reproduzido, a representação e o representado.

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Atrações

No dia da abertura, haverá a apresentação da performance “Posa” da artista Florencia Vecino, que realiza gestos idênticos a outra performer, inspiradas pelo poder da cópia e pelo comportamento do público ao redor. No dia seguinte, 06 de setembro, o evento contará com uma programação aberta ao público desenvolvida por Gastón Pérsico, Paula Castro, Cecilia Szalkowicz e Martín Legón, artistas da Coleção Oxenford. A exposição também faz parte da programação paralela da 35ª Bienal de São Paulo, atraindo artistas, curadores e colecionadores de todo o mundo.

A Act. tem como missão estabelecer conexões no cenário artístico latino-americano, muitas vezes distante do Brasil. O projeto “Un Lento Venir Viniendo” reforça esse compromisso ao aproximar o público brasileiro de nomes importantes da arte contemporânea argentina por meio de exposições em espaços prestigiados como o Instituto Tomie Ohtake. O Capítulo II tem um significado especial, pois fortalece a parceria com a Coleção Oxenford, movimenta a cidade de São Paulo e dialoga com a ideia da cópia de Hudinilson Jr., que atravessa as pesquisas e projetos da Act.

Essa é a segunda etapa de um projeto itinerante que começou no Museu de Arte Contemporânea de Niterói em 2022 e 2023 e seguirá para a Fundação Iberê Camargo em Porto Alegre em 2024 e 2025. Cada capítulo apresenta uma seleção diferente de obras da Coleção Oxenford, respondendo a propostas curatoriais inspiradas em episódios emblemáticos do contexto cultural local. Isso fortalece o diálogo entre os cenários artísticos brasileiro e argentino.

Lucrecia Lionti, Falda Pizzarón, 2022 | Foto: Divulgação

Entre os artistas presentes na exposição, destacam-se Guillermo Kuitca, conhecido pintor e professor que contribuiu para a reintrodução da pintura na arte contemporânea argentina com a obra “Everything” (2005). O escultor Diego Bianchi, que explora a materialidade urbana, apresenta “La bestia” (2012) e “Sin título (Cuerpo de vidrio)” (2009). A artista e poeta Fernanda Laguna, uma das principais figuras da cena cultural de Buenos Aires, está presente com as esculturas “Vivir en la luz” (1994) e “Sin título” (2021).

Já a pintora e ativista Mariela Scafati apresenta a instalação “Instalación de 36 afiches” da série “Windows” (2011), que reproduz a forma como os grupos políticos fixam seus cartazes nas universidades argentinas. O artista Eduardo Navarro, que participou da 32ª Bienal de São Paulo, apresenta a escultura “Monumento al cenicero” (2005), reivindicando o poder da arte contemporânea de propor a sua própria irracionalidade, sem argumentações, economicismo ou instrumentalizações. E Martín Legón, um artista-pesquisador, participa da exposição com a instalação “La fenomenología (Ningún amor se parece al océano)” (2013), que reelabora a estética do arquivo através da construção de um tipo de monumento funerário.

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