Redação Culturize-se
O artista e criador de imagens belga Peter De Potter está causando impacto no mundo da arte com seu trabalho único e marcante. De Potter, que é natural de Antuérpia, na Bélgica, enfatiza que não é apenas um ‘colagista’ ou um ‘fotógrafo de rapazes’; ele se considera um artista. Sua influência na cultura visual queer contemporânea é inegável, com um portfólio que inclui a icônica capa do álbum “The Life of Pablo” de Kanye West.
A mais recente criação de De Potter, a monografia carregada de erotismo intitulado “Ring Light New Testament”, foi apresentado ao público no mês passado e rapidamente esgotou em apenas três semanas. Seu trabalho desafia limites tradicionais e explora temas de sensualidade e autoexpressão na era digital.
No cenário digital de hoje, em que muitos indivíduos migraram para plataformas como TikTok e OnlyFans para compartilhar e monetizar sua imagem e personalidade, De Potter incentiva as pessoas a se mostrarem. Embora não apareça com frequência em seu próprio trabalho, ele desempenha o papel de observador, constantemente prestando homenagem à cultura em constante evolução da autoexpressão. Ele aprecia a abertura da nova geração, que compartilha livremente seus pensamentos, danças e até momentos íntimos online. Essa mudança cultural, impulsionada pela superexposição pessoal, representa uma significativa ruptura em relação às atitudes reservadas do passado, mesmo que isso possa incomodar alguns. É visto como uma forma de forjar conexões em um mundo digital cada vez mais saturado.
O fator OnlyFans
A discussão também adentra o universo do OnlyFans, onde a performance muitas vezes assume uma natureza mais explícita. De Potter reconhece que se mostrar dessa forma desafia tabus sociais. No entanto, ele vê isso como uma evolução positiva facilitada pela tecnologia, na qual as pessoas estão percebendo o empoderamento que pode surgir da autoexpressão, incluindo a expressão sexual.
O trabalho de De Potter, embora por vezes sugestivo, carrega uma qualidade inocente, semelhante a um jogo de representação de papéis. Ele estabelece paralelos com o trabalho de artistas como Tom of Finland, cujos desenhos inicialmente apareciam em revistas para adultos, mas posteriormente foram reconhecidos como arte. De Potter acredita que sexualidade e pornografia estão entrelaçadas com a arte, e alguns pornógrafos podem, sem perceber, ser considerados artistas.
Em sua arte, os sujeitos interagem com objetos simbólicos, borrando a linha entre documentário e encenação. No entanto, são os próprios sujeitos que detêm o poder ao buscar voluntariamente visibilidade e reconhecimento. De Potter acredita que o desejo de ser visto é uma força motriz fundamental para os indivíduos, seja em um nível metafórico ou literal.
O trabalho de Peter De Potter desafia convenções, explora temas de autoexpressão, sexualidade e visibilidade na era digital e levanta questões sobre os limites entre arte e pornografia. Seu trabalho ressoa com uma nova geração que valoriza a abertura e a conexão pessoal em um mundo cada vez mais digital e interconectado.