Por Lu Magalhães*
Um trabalhador com alta performance 24 horas por dia e sete dias por semana. O que parece ser uma contravenção desumana é, na verdade, possível via evolução da tecnologia. Com um nível de produtividade altíssimo, a inteligência artificial tem apoiado as empresas a melhorarem o desempenho sem nenhuma contratação adicional de funcionários. Uma matéria da revista Exame mostra que pesquisadores da Universidade Stanford e do MIT (Massachusetts Institute of Technology) concluíram um estudo que comprova que o uso de ferramentas tecnológicas nas empresas – tais como o Chat GPT – pode aumentar a produtividade de funcionários em até 14%; alguns dos profissionais conseguiram fazer o trabalho costumeiro 35% mais rápido do que antes.
Polêmico ao extremo, o tema do uso da tecnologia no ambiente corporativo divide opiniões e nos leva, como humanidade, a um lugar de profundo desconforto. No entanto, o estudo aponta que a adoção dessas ferramentas de inteligência artificial melhora a satisfação dos clientes e diminui a rotatividade dos profissionais. E, no processo, a capacidade de a máquina aprender com funcionários mais experientes torna-se um importante ativo para alimentar o banco de dados e aperfeiçoar a IA.
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Não há resposta simples para o quanto devemos deixar que a tecnologia permeie o nosso cotidiano profissional; não há certezas sobre o quanto a máquina roubará nossos empregos. Entretanto, acho importante lembrar que elas têm assumido tarefas repetitivas, tornando o trabalho dos humanos menos rotineiro. Do outro lado, o mundo do trabalho passa a exigir de nós, seres humanos, mais habilidades ligadas à resolução de problemas, comunicação e interpretação.
Neste novo mundo do trabalho, especialistas têm falado do surgimento de superempregos, nos quais a tecnologia não apenas muda as competências demandadas como transforma a natureza do labor diário. Esses superjobs exigem uma combinação de competências técnicas e comportamentais dentro de funções híbridas e integradas. A produtividade é alta em um cenário de ganhos de eficiência propiciados por um trabalho colaborativo com máquinas e com a mediação de dados e algoritmos inteligentes. Parece que o futuro (ou futuros) do trabalho ainda trará muitas novidades!
*Lu Magalhães é presidente da Primavera Editorial, sócia do PublishNews e especializada em Desenvolvimento Organizacional pela Wharton School (Universidade da Pennsylvania, Estados Unidos)