Por Aliel Paione*
A data de 25 de julho consagra o escritor, aquele ser solitário em cuja cabeça pululam fantasias e ideias e que, durante dias e dias, as transcreve no papel. É o artesão que molda sua criação com paciência, muitas vezes durante dias e noites, mas capaz de, num gesto de desagrado e momento de desalento, lançar ao lixo seu esforço. Ele, então, se dá um tempo, rumina suas ideias, remaneja suas fantasias e recomeça onde parou. E esse fazer e refazer em que se misturam dores e prazeres, inspiração e vazio, idas e voltas, tal qual um estranho fluxo, prossegue até o final.
Ao longo da história, os escritores deixaram um legado de cultura que inspira e multiplica a imaginação, possibilita o voo infinito do imaginário para regiões longínquas e torna o leitor um novo homem, espantado com suas viagens, e isso se solidifica em seu espírito e o fará enxergar mais longe. Sim, os escritores aumentam as distâncias, mexem no tempo e no espaço de quem os lê, e este nunca volta de onde partiu porque se transforma, e os seus caminhos se tornam outros.
O livro, portanto, é a interface entre o leitor e o escritor, é onde todo imaginário do criador se passa a quem o lê, possibilitando que a fantasia original se expanda em novas imaginações, que serão ampliadas possibilitando viagens mil, quando o livro passa de mãos em mãos.
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Obras literárias refletem valores, tradições e ideias de uma sociedade. Através da escrita, o autor pode preservar e transmitir conhecimentos históricos, estimular a reflexão sobre questões sociais e culturais, além de promover a diversidade e o entendimento entre diferentes povos e culturas. Suas palavras têm o poder de inspirar e moldar mentalidades, contribuindo para a preservação e evolução da identidade de uma nação.
Saudemos então o escritor, esse artesão que tem como ferramenta as suas ideias e como matéria a própria imaginação.
*Aliel Paione é autor do livro “Sol e Solidão em Copacabana”.