“Sound of Freedom” é um inesperado hit no box office norte-americano, alimentado por polêmicas e por um genuíno interesse no que o filme tem a mostrar
Redação Culturize-se
“Sound of Freedom,” um thriller religioso liderado pela estrela de “A Paixão de Cristo”, Jim Caviezel, está se tornando um improvável salvador de bilheteria em uma temporada de muita ansiedade em Hollywood. Lançado no concorrido 4 de julho, o filme fez U$ 40 milhões em seis dias.
A performance no final de semana prolongado foi forte o suficiente para colocá-lo em terceiro lugar nas bilheterias americanas, atrás de “Sobrenatural: A Porta Vermelha” e “Indiana Jones e o chamado do Destino”. Ele está sendo exibido em 2.850 cinemas na América do Norte, uma quantidade de salas menor do que “Sobrenatural” e “Indiana Jones” (3.188 cinemas e 4.600 cinemas, respectivamente).
Em uma temporada em que filmes que arrecadam mais de U$ 300 milhões são fracassos por conta de seus custos de produção inflados, o longa da Angel Studios capitaliza por ter custado apenas U$ 14 milhões. “Estamos recebendo mensagens de todo o país nos dizendo sobre salas de cinema lotadas, sessões esgotadas e aplausos espontâneos para o filme em inúmeras locações. Assistir a este filme se tornou obrigatório, graças ao incrível boca-a-boca”, disse o chefe do estúdio, Brandon Purdie, à Variety.
De acordo com a ComScore, é uma das maiores aberturas dos últimos tempos para um filme de temática religiosa, um segmento pelo qual Jim Caviezel tomou gosto.
“Sound of Freedom” foi originalmente produzido pela 20th Century Fox e concluído em 2018 antes que a Disney adquirisse o estúdio no ano seguinte e deixasse o filme na prateleira. Agora, está sendo distribuído independentemente pela Angel Studios, que lançou na última primavera o filme inspirado no Antigo Testamento, “Seu Único Filho” e gastou 15 milhões de dólares no thriller de ação liderado por Caviezel.
Grupos de mídia religiosos e conservadores se uniram em apoio ao filme, que é parcialmente financiado por meio de crowdfunding. A Angel Studios, com sede em Utah, usou outros esforços não convencionais para promover o filme, incluindo um aplicativo que permite que as pessoas comprem e depois doem ingressos para aqueles que não podem pagar. Cerca de U$ 2,6 milhões em vendas do dia de abertura foram obtidos através do aplicativo “Pay It Forward”, que a empresa apresentou como uma forma de conscientizar sobre o tráfico de crianças.
Uma cota de polêmicas
A revista Rolling Stone publicou um artigo alegando que o filme estaria alimentando as teorias QAnon e que este seria “um filme de super-heróis para pais com vermes cerebrais” que “é projetado para apelar para a consciência de um boomer viciado em conspiração”. O Washington Post seguiu a mesma linha e afirmou que muito do filme é ficção e descreve o ator Jim Caviezel como sendo extremista e adepto de teorias da conspiração.
Uma das críticas comuns a “Sound of Freedom” vem do fato de que ele seria “baseado na fé cristã” e que, por causa disso, a história é enviesada. De fato, tanto Tim Ballard, um ex-agente do governo que empreende uma missão para resgatar crianças de traficantes de sexo na Colômbia interpretado por Caviezel no filme, como o ator se identificam como cristãos e falam abertamente sobre sua fé. A The Nazare Fund, agência que patrocina as operações de Ballard, além de se identificar como uma organização cristã, descreve em seu site que sua missão é trabalhar para “libertar os cativos, libertar os escravizados e resgatar, reconstruir e restaurar as vidas dos cristãos e outras minorias étnicas e religiosas perseguidas onde e quando estejam precisando”.
O público do fim de semana de abertura foi entusiasmado, concedendo ao filme uma nota “A+” do CinemaScore. É o único filme em exibição nos cinemas agora com esse alto grau de avaliação, fazendo dele um sucesso ainda mais robusto. Os compradores de ingressos foram predominantemente do sexo feminino, enquanto mais de 50% dos frequentadores do cinema tinham mais de 45 anos.