Corpo humano é objeto de exposição na OMA Galeria

Redação Culturize-se

A exposição “Reorganizar os líquidos do corpo” de Renan Marcondes, com curadoria de Galciani Neves, está em cartaz OMA Galeria até 12 de agosto. É a primeira mostra do artista na OMA desde a mudança da galeria para os Jardins, bairro nobre de São Paulo, e traz cerca de doze obras inéditas que exploram o corpo e sua influência em nossas formas de existir no mundo.

corpo humano
Detalhe da fotoperformance “Dessa vez vai ser diferente” | Foto: cortesia do artista

Marcondes utiliza diferentes técnicas, como bordado sobre tecido, fotografia, desenho e papel de parede, para criar resoluções artísticas que jogam com a noção de desaparecimento e reaparecimento, presença e ausência, e o repouso e movimento do corpo.

Ao chegar à galeria, o visitante se depara com uma cortina de veludo vermelho, que precisa atravessar para ter acesso à exposição. Logo na entrada do espaço expositivo, encontra-se a série “Outro estranho desaparecimento (para Vera Chaves Barcellos)”, uma sequência de fotografias que se assemelha a uma história em quadrinhos e dialoga com a obra histórica da artista brasileira. As imagens mostram, passo a passo, o artista adentrando uma cortina preta até desaparecer completamente.

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O tema do desaparecimento também está presente na série “Repousos”, composta por quadrados de veludo vermelho bordados com linha da mesma cor. Nessa série, objetos utilizados por seres humanos repousam em um mundo sem nós. A visualização do trabalho depende do ângulo de observação, exigindo que o visitante movimente seu próprio corpo para ter acesso ao seu conteúdo.

Da série “Repousos” | Foto: cortesia do artista

A ciclicidade é outro elemento recorrente na exposição, como evidenciado em “Dessa vez vai ser diferente”, uma fotoperformance que começa e termina com a mesma imagem. O artista, vestido de vermelho, manipula uma caixa de madeira em frente a uma lousa escolar. Ao fundo, há um papel de parede com os mesmos elementos manipulados, mas sem a presença do corpo.

Brincando com o corpo e situações que podem causar estranhamento, o artista nos lembra que somos indissociáveis de nossos corpos e que é somente ao modificá-los que podemos alterar o mundo ao nosso redor. Como menciona a curadora Galciani Neves, “Líquido sinovial; líquido pleural; líquido peritoneal; líquido espinhal, líquido pericárdico; culdocentesis; líquido amniótico; linfa, líquido intracelular e intersticial, sangue e secreções. São muitas correntezas interagindo dentro e fora do corpo (há dentro e fora?). Vivemos, pois trocamos líquidos com o mundo.”

Sobre o artista

Renan Marcondes é artista e pesquisador da arte da performance e suas articulações com dança e teatro. É doutor em Artes da cena pela Universidade de São Paulo, com estágio na Justus Liebig Universität em Giessen (Alemanha). Atualmente realiza pós-doutorado pela ECA USP com bolsa do Cnpq. Sua tese foi contemplada em 2022 Prêmio Tese Destaque USP e publicada em livro pela editora Annablume. Possui obras nos acervos no Museu de Arte do Rio, Museu Nacional de Belas Artes, Museu de Arte do Espírito Santo, Museu de Arte Contemporânea de Ribeirão Preto, no acervo municipal de Santo André e na Pinacoteca de São Bernardo do Campo.

Exposição: “Reorganizar os líquidos do corpo”

Visitação: Até 12/08/2023

Horário: terça – sexta-feira: 14h às 19h e sábados: 10h às 15h.

Local: OMA Galeria

Endereço: Rua Pamplona, 1197, casa 4 – Jardins – São Paulo, SP

Entrada gratuita

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