Em meio à “morte da mídia física”, VHS ensaia um retorno pontual

Reinaldo Glioche

O ressurgimento das fitas VHS como um formato retrô está ganhando destaque na indústria cinematográfica, com um número crescente de filmes recebendo lançamentos especiais em VHS nos EUA. Antes considerado obsoleto pelos DVDs e Blu-rays, o apelo nostálgico das fitas de vídeo reacendeu o interesse, especialmente entre colecionadores e cinéfilos em busca de experiências tangíveis e vintage.

Neste ano, “Alien: Romulus” marcou o primeiro lançamento em VHS da Disney em décadas, liderado pelo diretor Fede Alvarez. Para Alvarez, o formato vai além de uma estratégia de marketing, representando uma estética distinta ligada à sua própria descoberta do cinema nos anos 1980, dominados pelo VHS. A edição limitada da fita, com preço de US$ 60, esgotou rapidamente, comprovando seu apelo entre os entusiastas. Após esse sucesso, a comédia sci-fi da A24, “Y2K”, será lançada em VHS por US$ 30, refletindo o clima do final dos anos 1990, enquanto o filme slasher “Stream” também estreará em fita no início de 2025, adaptado a um público nostálgico com sua proporção de tela reduzida de 4:3.

Outro destaque é o indie “The People’s Joker”, uma história queer de amadurecimento que prospera em sua estética retrô. A co-roteirista e diretora Vera Drew idealizou o filme como uma “fita VHS de outro mundo”, alinhando-se perfeitamente com sua narrativa inspirada no analógico. Seu próximo lançamento em uma fita roxa vibrante reforça o apelo comunitário da mídia física, oferecendo aos espectadores uma experiência tátil e colecionável.

Embora o VHS dificilmente substitua os formatos modernos, seu charme único é inegável. Desde suas imperfeições nostálgicas até o senso de propriedade que promove, o formato conquistou um nicho entre os amantes do cinema que buscam revisitar ou reinventar o passado. Seja pela estética ou pela conexão tangível, o VHS está vivendo um renascimento, unindo gerações através de um amor compartilhado pelo cinema.

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