Redação Culturize-se
O mercado global de direitos autorais musicais alcançou US$ 45,5 bilhões em 2023, um aumento de 11% em relação ao ano anterior, segundo o economista Will Page. Este marco representa um crescimento significativo em relação à avaliação de US$ 25 bilhões em 2014, com o mercado projetado para dobrar de valor dentro de uma década.
As gravadoras contribuíram com US$ 28,5 bilhões desse total, impulsionadas por um crescimento de 10,4% nas receitas de streaming, que continuam sendo sua maior fonte de renda. As vendas físicas também experimentaram uma retomada, com um aumento de 15,4% na receita de discos de vinil, superando os CDs em diversas regiões. Page prevê que o vinil se tornará uma indústria de US$ 3 bilhões até 2028, sustentada por preços mais altos e uma demanda consistente.
Organizações de gestão coletiva (CMOs) arrecadaram US$ 12,9 bilhões em royalties, um crescimento de 11% em relação a 2022. Refletindo uma mudança nas fontes de receita, as arrecadações digitais superaram as provenientes de transmissões e rádio, enquanto apresentações ao vivo ultrapassaram as licenças públicas como fonte-chave de renda. O licenciamento direto por editoras também ganhou destaque, oferecendo pagamentos mais rápidos aos artistas e reduzindo os custos de transação associados às CMOs.
Desde a pandemia, a música superou o cinema em importância econômica. Em 2023, as receitas de direitos autorais musicais foram 38% maiores do que as receitas globais de bilheteria, uma reversão dramática em relação a 2019, quando o cinema dominava o setor.
O relatório de Page destaca a globalização da música, enfatizando como o streaming beneficia artistas de países menos ricos. Por exemplo, artistas colombianos como J. Balvin e Shakira geraram US$ 100 milhões em receitas de streaming nos EUA em 2023, seis vezes o que essas transmissões renderiam na Colômbia. Da mesma forma, artistas mexicanos arrecadaram US$ 350 milhões com streams nos EUA, US$ 200 milhões a mais do que no mercado doméstico.
Page ressalta o crescimento da “glocalização”, onde músicas locais ganham ressonância global. Essa tendência reflete um público crescente para artistas de mercados emergentes nas plataformas globais de streaming.