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Exposição que valoriza produção de conhecimento por mulheres chega ao Rio de Janeiro

Redação Culturize-se

Foto: Karim Kahn

Depois de atrair milhares de visitantes no Paço das Artes e no Sesc Interlagos em São Paulo, onde permanece em cartaz até março de 2025, a exposição Nós – Arte e Ciência por Mulheres chega ao Rio de Janeiro. Esta mostra celebra o conhecimento produzido por mulheres no Brasil e no mundo, nas áreas de astronomia, química, medicina, antropologia e arqueologia. O público carioca poderá conferir a exposição a partir desta quinta (14) no centro cultural Futuros – Arte e Tecnologia, no Flamengo, onde ela ficará até 16 de fevereiro de 2025.

A proposta da mostra é oferecer uma reflexão sobre aspectos da condição feminina, por meio de obras de arte, peças de acervos científicos e registros históricos que contam as trajetórias de mulheres notáveis. O evento lança luz sobre a presença feminina na ciência e na cultura ao longo do tempo, buscando evidenciar e valorizar suas contribuições. Por meio de personagens históricas, iconografias e obras de artistas contemporâneas, a exposição resgata a importância dessas mulheres e destaca a luta para superar as limitações impostas a elas.

Figuras como a química Marie Curie, a médica Nise da Silveira e a escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie são reverenciadas na mostra. Chimamanda, autora da frase “O problema com o gênero é que ele determina quem deveríamos ser em vez de reconhecer quem somos”, define o espírito da exposição. Isabel Seixas, uma das curadoras, ressalta a importância de destacar a contribuição das mulheres em diferentes campos, afirmando que o objetivo é “informar e sensibilizar” para as mudanças ainda necessárias em prol da emancipação feminina.

Victor D’Almeida, gerente de cultura do Instituto Oi Futuro, que recebe a mostra, ressalta o valor da exposição, afirmando que o centro cultural cumpre sua missão de estimular o olhar crítico e construtivo do público. Ele celebra a oportunidade de homenagear as realizações de artistas e cientistas brasileiras e estrangeiras que, ao longo dos anos, não receberam o devido reconhecimento.

Obra da artista Arissana Pataxó

A exposição ocupa todas as galerias do Futuros. No hall de entrada, serão exibidas obras como Acúmulo Rosa, de Thatiana Cardoso, e a série Ser flor, ser híbrida em estado de Namoro com a Indefinição, de Efe Godoy, que introduzem discussões sobre o gênero como construção social. A galeria 1 aborda a “ciência antes da ciência”, valorizando o saber ancestral das parteiras, curandeiras e benzedeiras, figuras historicamente marginalizadas. Também serão apresentados acervos do Museu dos Povos Indígenas e do Museu Nacional.

A galeria 2 explora a contínua luta das mulheres pela igualdade, destacando temas como o trabalho doméstico e a economia do cuidado. Essa sala celebra a contribuição das mulheres nas ciências humanas, naturais e da saúde, destacando a relevância de suas descobertas e avanços em meio a uma sociedade que ainda carece de igualdade de oportunidades.

Na última galeria, o público conhecerá as contribuições de cientistas contemporâneas que atuam em áreas como meio ambiente, tecnologia e comunicação, além de trabalhos sobre a recente pandemia de Covid. Biografias de mais de 50 cientistas, como a matemática Ada Lovelace e a brasileira Jaqueline Goes, serão apresentadas, ressaltando o papel crucial dessas mulheres na ciência.

Para tornar a exposição acessível, foram disponibilizados roteiros de audiodescrição para o público com deficiência visual, vídeos com Libras, objetos sensoriais e acesso a QR codes com conteúdos adaptados. Os visitantes poderão explorar uma diversidade de temas com o apoio de uma expografia inclusiva e de uma equipe treinada.

O nome Nós é carregado de simbolismo: sugere tanto os “nós” de opressões e injustiças que ainda precisam ser desfeitos quanto o senso de união e acolhimento da exposição. Ele representa um chamado à participação coletiva e à colaboração, numa busca contínua pela igualdade.

Nós – Arte e Ciência por Mulheres foi idealizada pelo coletivo Estúdio M’Baraká, composto por Isabel Seixas, Letícia Stallone, Gisele Vargas e Diogo Rezende, com apoio do Ministério da Cultura e parcerias de instituições como o Museu dos Povos Indígenas e o Museu Nacional.

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