Reinaldo Glioche
Armie Hammer, o talentoso ator americano que vive um exílio de Hollywood, parece estar traçando um caminho de volta à indústria cinematográfica. Ele retorna às telas no western “Frontier Crucible”, produção de Dallas Sonnier, que produziu os filmes de S. Craig Zahler, “Rastro de Maldade” (2015) e “Justiça Brutal” (2018). O longa será dirigido por Travis Mills. Animado com o novo projeto, Hammer compartilhou imagens do set de filmagem em seu Instagram com a legenda “De volta à sela”. Para Sonnier, a parceria representa a combinação de seu gosto por temas provocativos e sua paixão pelo gênero western, que descreveu como uma “mistura perfeita”.
Hammer nasceu em 28 de agosto de 1986, em Los Angeles, Califórnia, e é herdeiro de uma família rica e influente, com o empresário Armand Hammer entre seus antepassados. Desde cedo, optou por dedicar-se à carreira artística, abandonando os estudos para se focar no cinema. Ganhou fama ao interpretar os irmãos gêmeos Cameron e Tyler Winklevoss no aclamado “A Rede Social” (2010), dirigido por David Fincher. O filme, que explora os bastidores da criação do Facebook, foi um sucesso e destacou a intensidade de Hammer em um papel duplo. Em “O Agente da U.N.C.L.E.” (2015), ele demonstrou versatilidade ao interpretar o agente russo Illya Kuryakin ao lado de Henry Cavill, em um filme de ação que homenageia a série de espionagem dos anos 1960.
Seu papel mais elogiado, entretanto, foi em “Me Chame Pelo Seu Nome” (2017), de Luca Guadagnino, no qual contracenou com Timothée Chalamet. Na pele de Oliver, um jovem estudante americano, Hammer deu vida a um romance sensível e profundo, explorando a descoberta da sexualidade. Com este papel, ele consolidou-se como um ator cult em Hollywood.
Outros trabalhos notáveis do ator incluem “Rebecca – A Mulher Inesquecível” (2020), “Contato Visceral” (2019), “Atentado ao Hotel Taj Mahal” (2018) e “O Nascimento de uma Nação” (2016).
Contudo, em 2021, a carreira de Hammer entrou em colapso com a divulgação de alegações de agressão sexual, fantasias de canibalismo e abuso psicológico, além de coerção de parceiras para práticas BDSM. Ele negou as acusações e afirmou que todas as relações foram consensuais, mas o impacto foi devastador. Hammer foi dispensado por seu agente e publicitário, e afastado de projetos como “Casamento Armado”, com Jennifer Lopez, e “The Offer”, série sobre a produção de “O Poderoso Chefão”. Ele se retirou do público e, enquanto era alvo de uma investigação da polícia de Los Angeles — que não apresentou acusações formais —, Hammer buscou alternativas para reconstruir sua vida.
Agora, seu retorno com “Frontier Crucible” marca uma nova fase, sugerindo que sua presença nas telas pode reacender. Além disso, Hammer anunciou o The Armie HammerTime Podcast, onde planeja conversar com pessoas inspiradoras enquanto documenta sua jornada de reconstrução. Em tom irônico, a descrição oficial assegura: “Damos comida a ele antes de cada episódio”. Para Armie Hammer, o momento é de reconstrução. A ver como Hollywood reagirá a tal audácia.