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ArtRio se pulveriza para tornar Rio de Janeiro capital da arte contemporânea por uma semana

Redação Culturize-se

A 14ª edição da ArtRio promete ser uma celebração da arte em sua diversidade, refletindo as novas dinâmicas da cena cultural brasileira e sua crescente projeção internacional. Realizada entre os dias 25 e 29 de setembro, na Marina da Glória, no Rio de Janeiro, a feira não apenas renova seu compromisso com a valorização da produção artística nacional, mas também amplia sua oferta com novas propostas curatoriais e eventos pela cidade, reafirmando a capital carioca como um polo central no circuito das artes visuais.

Desde sua criação em 2011, a ArtRio tem desempenhado um papel fundamental na consolidação do Rio de Janeiro como uma referência mundial no universo da arte contemporânea. A cada edição, a feira busca conectar artistas, colecionadores, curadores e o público em geral em um ambiente que estimula o debate e a reflexão sobre a arte e seu papel nas transformações sociais e culturais. Nesta 14ª edição, a feira apresenta uma série de inovações, como um novo projeto arquitetônico para a área externa, que permitirá uma configuração mais ampla e diversificada dos espaços expositivos. O objetivo é criar um ambiente que não apenas valorize a produção artística, mas que também contribua para um debate mais amplo sobre sustentabilidade, inclusão e diversidade.

ArtRio 2024
Foto: Bruno Ryfer

Entre os destaques da feira está o Prêmio FOCO ArtRio 2024, que reconhecerá cinco artistas brasileiros com até 15 anos de carreira. Os vencedores terão a oportunidade de expor suas obras em um estande especial de 60m² e participar de uma residência artística, consolidando a feira como uma plataforma importante para a descoberta de novos talentos. Além disso, a feira oferece uma vasta programação de exposições, performances e visitas guiadas em diversos espaços culturais pela cidade, ampliando o alcance do evento e fomentando o contato com diferentes expressões artísticas.

Um dos setores mais aguardados da ArtRio é o BRASIL CONTEMPORÂNEO, um programa dedicado a artistas de fora do eixo Rio-São Paulo, que são muitas vezes ofuscados pela concentração de galerias e eventos nessas duas capitais. Com curadoria de Paula Borghi, o setor busca dar visibilidade à produção artística das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sul, destacando a riqueza e a pluralidade da arte brasileira. Artistas como Heloisa Crocco, do Rio Grande do Sul, e o Coletivo MAHKU, do Acre, estão entre os nomes selecionados para integrar esse espaço, que promete trazer ao público uma nova perspectiva sobre a arte produzida no país. O pavilhão Mar, que abrigará o setor, foi projetado especialmente para o evento pelo arquiteto Pedro Évora e reflete a atenção dada pela ArtRio à criação de ambientes que dialoguem com a paisagem natural da cidade.

Outro setor de grande relevância na feira é o Panorama, que reúne mais de 53 galerias do mercado de arte moderna e contemporânea. Esse espaço proporciona uma visão abrangente da produção artística brasileira, apresentando obras de galerias renomadas como A Gentil Carioca, Almeida & Dale, Janaina Torres, Anita Schwartz e Vermelho. É uma oportunidade para colecionadores e entusiastas da arte moderna e contemporânea explorarem uma vasta gama de obras, desde nomes já consagrados até artistas em ascensão.

Além dos setores focados na arte brasileira, a ArtRio também dedica espaço à produção internacional. O setor Mira, com curadoria de Jeniffer Inácio, apresenta obras em videoarte de artistas nacionais e internacionais, como Jonathas de Andrade, Paulo Nazareth e Sabrina Fidalgo, além dos haitianos Widline Cadet e Manuel Mathieu. A videoarte, que muitas vezes oferece um olhar crítico e experimental sobre questões contemporâneas, ocupa um espaço de destaque na feira, permitindo ao público explorar novos formatos e narrativas visuais.

ArtRio 2024
Foto: Bruno Ryfer

A arte ocupa a cidade

A programação da ArtRio 2024 se estende para além dos limites da Marina da Glória, com uma série de eventos e exposições em diferentes bairros da cidade. Um exemplo é a exposição “Neotropical – Fragmentos de Memória”, de Oskar Metsavaht, na OM.Art, que explora a relação entre a natureza e a vida urbana no bairro de Ipanema. Com texto de Bebel Gilberto, a mostra apresenta fotos, vídeos e pinturas que retratam as texturas e formas de uma paisagem em constante movimento. Metsavaht revisita Ipanema, um bairro icônico do Rio de Janeiro, e traduz sua visão pessoal sobre o lugar em obras que combinam elementos do cotidiano com reflexões sobre a convivência entre o moderno e o natural.

Outro destaque da programação paralela é a exposição “Paisagem Selvagem”, de Leda Catunda, na Carpintaria, que propõe uma fusão paradoxal entre natureza e artifício. Com uma abordagem híbrida que mistura pintura e objeto, Catunda desierarquiza as categorias tradicionais da arte, criando um diálogo entre o histórico e o contemporâneo, o popular e o erudito. Sua obra “Cinema”, por exemplo, utiliza estampas de camisetas com imagens de filmes cult para criar uma superfície almofadada, explorando a relação entre memória afetiva e os produtos da cultura de massa.

Foto: Divulgação

No Museu de Arte do Rio (MAR), a artista Panmela Castro apresenta a exposição “Ideias Radicais sobre o Amor”, que aborda questões como afetividade, solidão e empoderamento. A mostra reúne 17 obras, entre fotografias, esculturas e performances, e convida o público a refletir sobre o impacto das relações humanas em um mundo marcado pela fragmentação e pelo individualismo. Além disso, o MAR também recebe a exposição “Brígida Baltar: Pontuações”, que reúne cerca de 200 obras da artista carioca, incluindo 50 inéditas, produzidas ao longo de três décadas. A exposição é uma oportunidade rara de entrar em contato com a produção de uma das artistas mais importantes da cena contemporânea brasileira.

A ArtRio 2024, com sua vasta programação e diversidade de expositores, reafirma o compromisso com a valorização da arte brasileira e internacional, ao mesmo tempo em que promove um diálogo com questões contemporâneas como sustentabilidade, inclusão e a democratização do acesso à arte. Mais do que uma feira de arte, a ArtRio se consolida como um espaço de encontro e troca de ideias, onde a arte é celebrada em sua capacidade de transformar e refletir a sociedade. Com exposições que vão do experimental ao clássico, a feira, cuja programação completa pode ser conferida aqui, oferece ao público uma oportunidade única de imersão em um universo que desafia fronteiras e propõe novos olhares sobre o mundo.

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