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Nicole Kidman enfileira projetos duvidosos no streaming

Reinaldo Glioche

Foto: Divulgação

A atriz australiana Nicole Kidman acaba de ganhar o Leão de Prata de Atriz em Veneza por sua performance em “Babygirl” e se posiciona para a corrida pelo Oscar 2025. Se for indicada, será a sexta aparição da atriz na premiação, todas a partir de 2002, quando entrou em nova fase de sua carreira. É inegável o bom faro de Kidman para projetos, mas essa habilidade tem se mostrado oscilante quando o foco são as séries de TV.

Foi em 2017 que a atriz fez suas primeiras séries e foram duas ótimas de largada. “Top of the Lake”, orquestrada pela cineasta Jane Campion, que dirigiu Kidman em “Retratos de uma Mulher” (1994), e “Big Little Lies”, uma ambiciosa minissérie da HBO que a reunia a um time gabaritado de atrizes como Reese Witherspoon, Laura Dern e Shailene Woodley.

O saldo foi tão positivo – e as possibilidades ensejadas pelo crescente negócio do streaming tão entusiasmantes – que Kidman tomou gosto pela coisa. De 2017 para cá estrelou a desnecessária segunda temporada de “Big Little Lies” (a 3ª está a caminho), “The Undoing” (HBO), “Nove Desconhecidos” (Hulu/Amazon), “Roar” (AppleTV+), “Operação Lioness” (Paramount+), “Expatriadas” (Amazon) e “O Casal Perfeito” (Netflix).

O resultado foi decaindo a cada novo projeto. Embora os nomes envolvidos sejam sempre de boa procedência, o que estimula ainda mais as expectativas, a execução tem se mostrado pedestre. Em 2024, o saldo beira o negativo. “Expatriadas” tem produção do oscarizado Barry Jenkins e roteirizada por Lulu Wang, enquanto “O Casal Perfeito” conta com Dakota Fanning, Liev Schreiber, Eve Hewson e direção da ótima Susanne Bier. Mesmo assim são produções superficiais, frequentemente enfadonhas e que contam com atuações, no mínimo, questionáveis de Kidman.

O que se argumenta é que, talvez, a atriz precise aplicar em seus projetos para a TV e streaming critérios semelhantes ao que lança mão para o cinema. Inegável que Kidman tem um capital acumulado que lhe permite vacilos aqui e ali, mas o acúmulo de deslizes pode mudar a percepção de um público que não necessariamente acompanha sua carreira de perto e a acessa mais por essas produções que chegam agora diretamente ao streaming.

É uma equação delicada que o sucesso de audiência de uma produção como “O Casal Perfeito”, no topo dos charts internacionais da Netflix, ajuda a mascarar.

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