Reinaldo Glioche
Um novo estudo da Accenture, intitulado “Reinvent for Growth: only the radical survive”, revela uma mudança significativa nos hábitos de consumo de mídia em todo o mundo, com as plataformas digitais ganhando terreno rapidamente sobre os meios tradicionais.
A pesquisa, que consultou 6.000 consumidores globais, mostra um declínio acentuado no consumo de televisão tradicional, com 26% dos entrevistados relatando uma redução no tempo gasto assistindo TV aberta e por assinatura. No Brasil, esse número é ainda mais expressivo, chegando a 33%.
Em contrapartida, as plataformas de streaming de vídeo sob demanda (VOD) experimentaram um crescimento explosivo, com um aumento de 57% nas assinaturas. As redes sociais e os videogames também registraram um crescimento significativo, com aumentos de 52% e 50% respectivamente no consumo.
Um aspecto notável da pesquisa é a ascensão do conteúdo gerado pelo usuário (UGC) e dos criadores de conteúdo independentes. Surpreendentemente, 58% dos consumidores consideram o UGC tão divertido quanto a mídia tradicional, e 8% afirmam confiar tanto nos criadores de conteúdo quanto nos veículos de mídia estabelecidos.
A Accenture atribui parte dessa mudança aos investimentos massivos das big techs em diversificar suas receitas. A empresa projeta que, até 2030, o investimento do consumidor em planos de benefícios oferecidos por essas empresas – incluindo streamings, jogos e serviços de armazenamento em nuvem – possa atingir a impressionante marca de US$ 3,5 trilhões.
Com base nesses dados, a Accenture prevê que as big techs apresentarão um crescimento duas vezes mais rápido que as mídias tradicionais até 2025.
O estudo também destaca o crescente apetite por conteúdo esportivo ao vivo, com 47% dos consumidores relatando um aumento no consumo desse tipo de programação este ano. Em média, os espectadores passam 53 minutos por dia assistindo a conteúdo esportivo ao vivo.
As implicações desses dados são profundas, não apenas para as empresas de mídia, mas também para anunciantes, criadores de conteúdo e consumidores em todo o mundo.