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A orelha do Trump está ardendo

Edson Aran

A orelha do Donald Trump está ardendo e o mundo inteiro fica alarmado. Até alguns dias, a grande preocupação era com o que havia entre as orelhas do republicano. Agora não. A orelha é que importa. A orelha é que influencia. A orelha é que decide.

E tudo por causa de um zé-mané armado que pode ter afetado não apenas o futuro do país dele, mas também o do planeta inteiro. A questão, claro, é de compreensão de texto. A gente sempre escutou que “o voto é a arma do eleitor”, mas não era pra entender a coisa literalmente, pô. Fala sério.

A turma dos Malucos Solitários é um enorme problema desde o século 19. Eles constituem o grupo demográfico que mais cresce nos Estados Unidos e isso é, em si, um grande mistério. Como o solitário se reproduz sem a ajuda sequer de uma, arrã, mão amiga? Ninguém sabe. Mas eles sempre aparecem nos momentos mais inconvenientes. É um clássico americano como o hambúrguer, o molho barbecue e o jardineiro mexicano.

No X, a rede social anteriormente conhecida como Ellen Page, o negacionismo trouxe certo alívio. Teve até um ilustríssimo deputado – tal de André Bananas ou André Mamomas, sei lá – que entrou numas de Fox Mulder e se meteu a inventar teoria conspiratória. Tudo não passou de uma armação do ET de Varginha, com o apoio da Illuminati, dos reptilianos e da Xuxa! Certeza!

Mas no mundo real, longe do microblog do Elon Musk, a coisa funciona de outro jeito. Depois do peteleco na orelha, o presidente Joe Biden entregou pra Deus. E Deus, segundo pesquisas, é 85% diretista, especialmente na hora de fazer o imposto de renda. Dizem, inclusive, que o padre Júlio Lancelotti já excluiu o Cara do grupo do WhatsApp para evitar bate-boca.

A resistível ascensão da Direita tem duas causas: o algoritmo e a TV Globo. O algoritmo transforma estridência em audiência. Já a TV Globo, eu não sei, mas ela sempre tem culpa no cartório, então alguma deve ter aprontado. Bom mesmo seria morar na França. Lá também existem extremos, igual ao Brasil e aos Estados Unidos, mas todo mundo tem nome de sobremesa. Mélenchon de Frutas Vermelhas, Peras de Vichy Cozidas a Le Pen e Macron com Creme Pâtissière. Tudo é muito mais doce. Na Europa, nas Américas e até em Sapopemba, sabemos que a solução está no Centro. O problema é que no centro só tem craqueiro. Ninguém topa ir até lá.

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