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Google sofistica buscas com IA e preocupa indústria de notícias

Redação Culturize-se

O Google está testando uma nova abordagem para buscas na internet no Reino Unido, onde as pesquisas agora são respondidas com resumos gerados por inteligência artificial. Este movimento, já esperado, reduz significativamente a visibilidade dos tradicionais links de criadores de conteúdo e segue uma tendência já vista no Microsoft Bing através do Copilot, que usa o ChatGPT. Contudo, enquanto o Bing detém menos de 3,5% do mercado de buscadores, o Google lidera com mais de 91% das buscas globais.

O pesquisador Felix Simon, do Reuters Institute, teve acesso à nova ferramenta e destacou sua conveniência: “Devo dizer que, do ponto de vista do usuário, é realmente difícil resistir à conveniência disso. Sim, as respostas contêm links para fontes confiáveis. Mas eu tive vontade de clicar em algum deles? Não.”

Essa mudança causou apreensão na indústria de notícias, que depende do tráfego direcionado pelo Google. A Gartner, empresa de pesquisas em tecnologia, prevê uma queda de 25% no tráfego de mecanismos de busca até 2026. Ross Hudgens, CEO da Siege Media, estima um impacto de 10 a 20%, prevendo dificuldades maiores para alguns publishers. “Alguns vão simplesmente sofrer um espancamento”, disse ao Washington Post.

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Foto: Pexels

Ameaça à Sustentabilidade do Jornalismo

Danielle Coffey, CEO da News/Media Alliance, que representa mais de 2.000 publishers nos Estados Unidos, vê a nova ferramenta do Google como catastrófica para o conteúdo jornalístico: “Isso será catastrófico para o nosso conteúdo”. Marcelo Rech, presidente da Associação Nacional de Jornais, compartilha dessa preocupação, afirmando que “as mais graves preocupações da indústria jornalística estão se materializando”. Ele vê a novidade como “uma ameaça à sustentabilidade do jornalismo”.

Durante uma conferência para desenvolvedores, o Google anunciou que a nova ferramenta será disponibilizada para todos os usuários americanos ainda em 2024, aumentando a apreensão da mídia. Casey Newton, do The Verge, reportou que a estratégia do Google é uma resposta ao avanço da OpenAI, que lançou o ChatGPT-4o, uma versão mais rápida e com recursos aprimorados de texto, voz e visão.

Leia também: Perplexity ameaça reinado do Google em buscas na internet

Impacto no Mercado

A implementação desta tecnologia pelo Google, um gigante com uma vasta influência no tráfego de internet, representa uma mudança significativa no ecossistema digital. A dependência de tráfego orgânico gerado pelo Google é crucial para muitos sites de notícias e publishers, e a diminuição desse fluxo pode ter consequências profundas para a viabilidade financeira de muitas dessas entidades.

A introdução de resumos gerados por IA nas buscas do Google promete mudar radicalmente a forma como os usuários interagem com as informações na internet, trazendo conveniência, mas também desafios significativos para a indústria de notícias. A medida é vista como uma tentativa do Google de se manter competitivo frente às inovações da OpenAI, enquanto as implicações completas para publishers e criadores de conteúdo ainda estão por se desenrolar.

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