Redação Culturize-se
O documentário “EROS” ganha destaque ao ser selecionado para a 21ª edição do festival internacional de documentários de Copenhague, na Dinamarca, o CPH:DOX 2024. Dirigido pela britânica-brasileira Rachel Daisy Ellis, o filme faz parte da seção NEXT:WAVE, que apresenta apenas 14 títulos de realizadores emergentes internacionais, oferecendo uma amostra do que há de mais inovador entre os documentários mundiais de cineastas em início de carreira.
O festival, que ocorrerá de 13 a 24 de março, é reconhecido como um dos mais prestigiosos eventos europeus dedicados ao cinema documental.
“EROS” surge da vontade de explorar e refletir sobre o universo dos motéis no Brasil, considerados uma instituição fundamental no contexto da sexualidade e das relações humanas no país. Ellis explica que o filme busca investigar as relações íntimas que ocorrem dentro desses espaços e o que elas revelam sobre a forma como nos relacionamos emocional e sexualmente.
As filmagens de “EROS” foram realizadas pelos próprios participantes, utilizando seus celulares durante uma estadia em uma suíte de motel de sua escolha. Ellis optou por esse formato de auto-registro como uma maneira de adentrar a intimidade dos personagens e explorar a auto-representação. O filme aborda temas como liberdade sexual, refúgio, auto-representação, amor romântico e solidão.
O documentário, produzido por Dora Amorim da produtora Ponte em parceria com a produtora da diretora, Desvia, tem distribuição no Brasil pela Fistaile, de Talita Arruda e Marina Tarabay. Ellis destaca a generosidade dos participantes ao se exporem de forma explícita no filme, ressaltando a parceria e cumplicidade construídas ao longo do processo de produção.
A montagem de “EROS” foi realizada pelo montador Matheus Farias, que costurou as histórias de dez pessoas filmadas durante uma noite em dez suítes diferentes em distintos lugares do Brasil. O processo de edição ocorreu em paralelo à pesquisa e à produção, ao longo de dois anos.
Rachel Daisy Ellis é conhecida por seu trabalho como produtora de títulos nacionais como “Boi Neon”, “Divino Amor” e “Doméstica”, dirigidos por Gabriel Mascaro. “EROS” marca sua estreia como diretora de longa-metragem e representa o início de uma promissora carreira na direção de documentários, com outros projetos em diferentes fases de desenvolvimento e produção.