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Afinal, existe chance de “Oppenheimer” não levar o Oscar de Melhor Filme?

Reinaldo Glioche

Oppenheimer
Foto: Divulgação

No último fim de semana, o filme de Christopher Nolan foi mais uma vez laureado nas premiações dos sindicatos dos atores e produtores pavimentando, ainda mais, seu destino no Oscar. A resposta sucinta para a pergunta que intitula esse artigo é não. Seria a maior zebra da história do Oscar se “Oppenheimer” não for sagrado o melhor filme de 2023 na cerimônia de 10 de março.

Não é apenas força de expressão. Na caminhada até a noite mais gloriosa do cinema, o filme de Nolan se tornou o mais premiado de todos os tempos. É bem verdade que se avolumam os prêmios que ambicionam ser termômetro do Oscar, mas é, também, um sinal de que há um consenso indesviável em torno do longa-metragem.

O feito se torna ainda mais notável pelo fato do Oscar 2024 reunir um conjunto de filmes de ótimo nível, o melhor desde a consolidação dos dez indicados na categoria, e o mais plural temática e cinematograficamente em 20 anos. São circunstâncias que agigantam o feito que se aproxima. Indicado a 13 estatuetas, “Oppenheimer” deve ganhar algo entre sete e nove prêmios. Se ganhar 8, será o primeiro a fazê-lo desde “Quem Quer Ser um Milionário” (2008) e se ganhar 9, será o primeiro desde “O Paciente Inglês” (1996).

O longa de Nolan é mesmo uma obra-prima e quis o destino que o cineasta britânico triunfasse no Oscar com sua obra-prima. Nem todo cineasta tem essa felicidade. Essa percepção é outro fator que joga muito a favor do longa.

Os dois filmes que reúnem parcas chances de desafiarem o rolo compressor da temporada são “Pobres Criaturas”, o segundo filme mais indicado na edição e o segundo mais premiado na temporada, e “Anatomia de uma Queda”, o queridinho francês que construiu um público de fieis admiradores desde o festival de Cannes. Mas as chances são meramente matemáticas.

Leia também: “Oppenheimer” vê ascensão e queda de heróis americanos

Se por um lado é um tanto frustrante chegar ao Oscar com as cartas marcadas, por outro, é reconfortante que essa condição, não tão rara como gostaríamos, se dê com um filme que realmente mereça toda essa celebração e harmonia. “Oppenheimer” é um filme que que combina sutileza e superlativo, que reexamina o passado à luz do presente e que prima pela excelência em todas as suas minúcias, do trabalho do elenco à trilha sonora. Dá até pra dizer, em face das escolhas mais recentes da Academia, que o Oscar precisa mais de “Oppenheimer” do que o filme do Oscar.

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