Vossa excelência, Robert De Niro!

Reinaldo Glioche

Robert De Niro
Fotos: Reprodução/Los Angeles Times; Divulgação

Desnecessário dizer que Robert De Niro dispensa apresentações, mas abrir um texto com esse senso de oportunidade e reverência traz certo vigor ao prestígio que se pretende. Em 2024, ao obter sua oitava indicação ao Oscar como ator, estabelecendo a mais longa distância nas categorias de atuação na história da premiação entre uma primeira nomeação, em 1975 por “O Poderoso Chefão 2”, e a última, por “Assassinos da Lua das Flores”, De Niro também estabeleceu outro recorde: nenhum outro ator estrelou mais indicados a Melhor Filme no Oscar do que ele. Foram 12 no total.

São estatísticas que podem parecer triviais, mas sustentam a consistência de um ator que foi capaz de manter um grau de excelência por cinco décadas e, mesmo quando não fora pessoalmente indicado, ajudou a engrandecer produções que chegaram ao Oscar em sua ala mais nobre – a disputa pelo troféu de Melhor Filme.

O octogenário ator, que muitos acreditavam ter desistido de “atuar de verdade”, encontrou na reaproximação de Martin Scorsese, com quem firmou uma das parcerias mais impactantes do cinema no curso das décadas de 70, 80 e 90, uma jornada de redenção na fase mais madura de sua carreira. Do reexame aturdido e minimalista do universo gangster de “O Irlandês” à construção cheia de sutilezas de um vilão ardil e maquiavélico em “Assassinos da Lua das Flores”, De Niro demonstra que ainda há muita energia criativa em seu âmago e que o cinema ainda não se desencontrou de um de seus maiores expoentes.

Robert De Niro no set de "Assassinos da Lua das Flores"

O volume de trabalho é outro fator a chamar atenção. Em 2023 foram três longas lançados e o astro já está envolvido em seis projetos para serem lançados nos dois próximos anos. Não custa lembrar, que De Niro é o criador do Festival de Cinema de Tribeca, que desde sua primeira edição, em 2002, vem ganhando mais relevância no calendário de festivais de cinema na América do Norte.

É mesmo um presente raríssimo podermos desfrutar de uma instituição como Robert De Niro no cinema; que sua longevidade possa ser uma benção para todos os apaixonados pela sétima arte.

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