Redação Culturize-se
No coração do filme de Rachel Lambert, “Sometimes I Think About Dying”, em cartaz atualmente nos cinemas americanos, encontra-se uma exploração tocante da conexão humana em meio à banalidade do escritório. Daisy Ridley está à frente da narrativa como Fran, uma trabalhadora administrativa reservada e socialmente desajeitada, cujo mundo interior é rico em contemplação. O longa estreou no Festival de Sundance de 2023 e é apenas um dos projetos independentes ao qual a atriz britânica se lançou para virar a página da franquia Star Wars, em que viveu a personagem Rey, central na nova trilogia.
A interpretação de Ridley como Fran é uma aula de sutileza e nuance, envolvendo a audiência em seu conflito interior através de microexpressões e momentos introspectivos. A direção de Lambert captura habilmente a monotonia da vida no escritório, contrastando-a com o anseio de Fran por conexão e seus devaneios surreais sobre a morte. Juntas, elas criam uma história que ressoa com o público em um nível emocional profundo.
Um dos aspectos mais marcantes do filme é o seu ritmo deliberado, permitindo que momentos permaneçam e emoções fervilhem sob a superfície. A jornada de Fran rumo à autodescoberta e vulnerabilidade se desenrola gradualmente, espelhada pela atuação de Ridley, que é ao mesmo tempo discreta e poderosa. À medida que Fran navega pelas complexidades dos relacionamentos no escritório e lida com suas próprias inseguranças, o público é levado para dentro de seu mundo, torcendo por ela a cada passo do caminho.
Central para a jornada de Fran é seu relacionamento com Robert, interpretado por Dave Merheje, um novo colega de trabalho que desperta um novo senso de confiança dentro dela. Ridley e Lambert, em entrevistas a veículos norte-americanos como The Film Stage, enfatizam a importância dessas pequenas interações, destacando como elas servem como catalisadores para o crescimento e transformação de Fran. Através de gestos sutis e olhares significativos, Fran começa a se libertar de seu isolamento, se aproximando de uma conexão genuína.
A exploração da solidão e resiliência pelo filme é enfatizada pela atuação de Ridley, que captura os conflitos internos de Fran com autenticidade e profundidade. A direção de Lambert cria uma atmosfera belamente assombrosa, pontuada pelos devaneios surreais de Fran e momentos de introspecção silenciosa. Juntas, elas tecem uma narrativa que permanece na mente muito tempo após o término do filme, convidando os espectadores a refletir sobre as complexidades dos relacionamentos humanos e o desejo universal de conexão.
O filme se resolve como um testemunho do poder da narrativa e do impacto profundo da conexão humana. Através da jornada de Fran, somos lembrados da resiliência do espírito humano e do poder transformador da empatia e compreensão.