Principal expoente masculino do pop brasileiro, Jão teve ascensão meteórica e demonstra ter talento e carisma para sustentar o estrelato
Redação Culturize-se
O pop brasileiro vive um momento áureo com a presença marcante de Jão, considerado o maior nome masculino do gênero na atualidade. Sua turnê “Pirata” conquistou casas de espetáculos lotadas, ingressos esgotados, e álbuns e singles com certificados de Ouro, Platina e Diamante. Esses feitos pavimentaram o caminho para o lançamento do álbum “SUPER”, encerrando um ciclo que incluiu os álbuns “Pirata” (água), “Anti-Herói” (ar) e “Lobos” (terra).
A jornada sonora de Jão, que começou em Américo Brasiliense, no interior de São Paulo, passou por diversas sonoridades regionais, incluindo country, rock e hits upbeat. Após percorrer os quatro elementos do zodíaco e os álbuns que marcaram duas décadas de sua juventude, “SUPER” assume uma abordagem mais pop e elétrica, refletindo suas experiências na capital paulista.
O novo álbum, composto por 14 faixas, traz o lead single “Me Lambe” e representa o elemento fogo, marcado por impactos significativos e fascinação. Jão, junto com os colaboradores Pedro Tófani e Zebu, desenvolveu um álbum cuidadosamente planejado para ser vivenciado ao vivo, nos maiores palcos do país.
O lançamento de “SUPER” foi monumental, registrando mais de 120 mil ouvintes simultâneos em seus primeiros 30 minutos no Spotify. Em apenas 40 minutos, ultrapassou 1 milhão de reproduções, consolidando-se como a maior estreia de um álbum no Spotify Brasil, com mais de 8,5 milhões de streams nas primeiras 24 horas.
Grandiloquência
A grandiosidade da nova era de Jão se traduz não apenas na sonoridade, mas também nas expectativas para a turnê. Em parceria com a 30e e a UFO, a turnê “SUPER” promete transformar a quadrilogia fonográfica do artista em um espetáculo imponente. A estreia está marcada para 20 de janeiro no Allianz Parque, em São Paulo, seguida por várias cidades pelo Brasil, proporcionando uma experiência única de cenografia e conteúdo. O cantor vai se apresentar, ainda, no Rock in Rio Lisboa, que acontece em junho do próximo ano.
As perspectivas para Jão são promissoras. Consolidado como um dos principais artistas do pop brasileiro, sua música se notabiliza por ser original e autêntica e ele já provou que tem carisma de sobra, como mostrado na apoteótica apresentação no The Town.
Jão x Harry Styles
As comparações entre Jão e Harry Styles são frequentes, e elas geralmente têm um teor elogioso. Os dois artistas compartilham algumas semelhanças, como terem nascido em 1994 e terem alcançado o sucesso relativamente rápido depois do lançamento da carreira. Jão não se encaixa em nenhum gênero musical específico, e sua música é uma mistura de pop, rock, soul e funk. Harry Styles também é um artista versátil, e ele já experimentou diferentes gêneros musicais, como pop, rock, soul e country.
No entanto, também há algumas diferenças entre os dois artistas. Jão também tem um estilo mais introspectivo, enquanto Harry Styles tem um estilo mais extrovertido. Pelo alcance global de Styles, há quem enxergue em Jão a tentativa de emular o estilo do britânico, especialmente nos arranjos visuais dos shows e na relação com a moda.
Pura intriga da oposição. Jão tem mostrado uma evolução notável em sua carreira, passando do pop romântico de “Lobos” para um som mais ousado e experimental em “Pirata”. Seus discos demonstram um intenso amadurecimento artístico, alinhado com letras sinceras e melodias cativantes. Não obstante, a ambição estética é maior a cada novo trabalho. Sua capacidade de se reinventar e oferecer uma experiência musical única o torna um artista promissor para os próximos anos.
Discografia comentada
- “Lobos” (2018)
“Lobos” é o álbum de estreia de Jão, no qual ele mostra ao mundo todo seu talento e personalidade artística. Com uma mistura de pop e MPB contemporânea, o cantor apresenta melodias cativantes e letras que exploram o amor e suas nuances. Faixas como “Imaturo”, que expressa a fragilidade emocional de um relacionamento, e “Vou Morrer Sozinho”, que entrega uma letra crua e honesta, são destaques.
- “Anti-Herói” (2019)
Em seu segundo álbum, “Anti-Herói”, Jão mostra uma evolução clara em sua musicalidade e narrativa. Aqui, o cantor se aventura em diferentes estilos, explorando um som mais pop e eletrônico, sem perder a essência de suas letras sinceras e introspectivas. Este é um trabalho mais maduro e sofisticado, evidenciando a capacidade de Jão em se reinventar musicalmente.
- “Pirata” (2021)
Aqui Jão nos presenteia com um trabalho mais experimental e autêntico. Ele traz uma sonoridade que combina elementos do pop, R&B e até do hip-hop, apresentando uma mistura ousada e envolvente. Faixas como “Amor Pirata” e “Maré” demonstram essa nova direção musical, com batidas marcantes e arranjos inovadores.
“Pirata” é, sem dúvida, o trabalho mais emocional e impactante de Jão até o momento. As letras são profundas e exploram questões sobre relacionamentos, amor próprio e superação. No entanto, é possível notar um ligeiro desequilíbrio na qualidade das faixas, com algumas se sobressaindo mais do que outras.
- “Super” (2023)
O álbum é uma continuação do anterior, “Pirata”, e explora temas como amor, desamor, identidade e aceitação e é dividido em duas partes. A primeira, intitulada “Américo Brasiliense”, é uma homenagem à cidade natal de Jão, e as músicas dessa parte falam sobre a infância e a adolescência do cantor. A segunda parte, intitulada “São Paulo”, é sobre a vida adulta de Jão, e as músicas dessa parte falam sobre o amor, o desamor e a fama.
O álbum é um trabalho maduro e bem-feito, com letras fortes e melodias marcantes. Jão mostra sua versatilidade como artista, explorando diferentes gêneros musicais, como pop, rock, soul e funk.