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Rob Zombie: um artista que toca o terror no cinema e na música

Tom Leão

A banda americana White Zombie (que esteve aqui, uma única vez, no Hollywood Rock de 1994) pode não existir mais – oficialmente, encerrou carreira em 1998; mas, nunca se sabe. Contudo, o seu mentor, Rob Zombie (nascido Robert Bartleh Cummings, em 1965), segue em carreira solo, dividindo o seu tempo com a música, lançando discos solo, e com o seu hobby favorito, o cinema. Especialmente, o de terror.

Rob Zombie
Foto: Reprodução/Deezer

   Tanto, que, em sua carreira solo, grande parte dela é dedicada a criar trilhas para filmes. Ele tem uma batelada de trilhas no currículo, seja — na maioria das vezes — emprestando músicas suas ou da banda White Zombie (‘More human than human’ e ‘Thunder kiss ´65’, cujos clips rodavam muito na MTV, são as mais requisitadas) para cinema e diversas séries de TV (desde ‘As panteras: Detonando’ à série ‘Californication’), seja compondo material original para filmes (como ‘O Justiceiro: Zona de Guerra’, 2008, ou ‘Matrix Reloaded’, 2005). E, também, para trilhas de videogames (como ‘Kickbeat’ e ‘The darkness II”). Ou, até mesmo, aparecendo nestes, como ator.

   Mas, começando pelo começo, Zombie sempre gostou de filmes de terror, desde criancinha. Tanto que, o nome de sua banda vem de um clássico filme de Bela Lugosi, ‘White Zombie’ (aqui, ‘Zumbi, a legião dos mortos’, 1932), um dos primeiros – se não o primeiro – a usar o termo ‘zumbi’ no título. Ainda que, nesta época, zumbis se referissem a pessoas enfeitiçadas, geralmente por vudu ou hipnotismo, tipos sonâmbulos. Não os comedores de cérebro popularizados (e copiados até hoje) por George Romero, no clássico ‘A noite dos mortos-vivos’ (1967).

  Então, quando criou a banda, seus álbuns e músicas mais se pareciam com trilhas para filmes jamais realizados, a partir dos nomes e das artes das capas, que pareciam cartazes de filmes vintage. Dava até para enganar algum incauto. A inspiração maior são os filmes exploitation dos anos 1960, não apenas de terror. Mas, também, os psicodélicos, de motoqueiros, sci-fis B e que tais. Como os seus mais conhecidos (e lançados no Brasil), ‘La sexorcisto: devil music, volume 1’, de 1992 (jamais houve o volume 2) e ‘Astro-creep: 2000’, de 1998. Mas, a banda funcionava melhor nos clips, do que ao vivo, como vimos aqui.

   Com o fim do White Zombie, Rob se dedicou mais e mais ao cinema, como diretor. Depois de dirigir todos os clipes de sua banda, e até para nomes como Ozzy Osbourne (‘Dreamer’, 2003), chamou a atenção em sua estreia com o longa ‘A Casa dos Mil Corpos’ (‘House of 1000 corpses’, 2003). Mas, foi em 2005, que se destacou na cena, com ‘Rejeitados pelo Diabo’ (‘Devil´s rejects’, 2005), estrelado por sua musa e esposa Sheri Moon Zombie. O filme, passado nos anos 70, trazia um grupo de psicopatas, meio influenciados pela Manson Family.

Cena de “Os 3 Infernais” | Foto: Divulgação

   Agora, mais de uma década depois (na qual ele dirigiu uma prequel para a série ‘Halloween’ e a continuação deste ‘H2: Halloween 2’), finalmente saiu a sequência, ‘Os 3 infernais’ (‘3 from hell’), o primeiro da série exibido nos cinemas do Brasil (os outros foram direto para vídeo). Como sempre, com trilha original de Zombie e canções de vários artistas (raramente, alguma do White Zombie). Como ‘In a gadda da vida’, do Iron Butterfly’, que toca numa cena bem pesada. Este, se passa nos anos 80, depois que personagens do primeiro filme fogem da cadeia. Tem a sangueira de sempre. E uma boa trilha. A última de Zombie, foi uma bola fora: sua versão (colorida) para ‘Os Monstros’ (‘The Munsters’, 2022), com aquela família sinistra da TV, dos anos 60. Não funcionou.

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