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Livro polemiza com novo olhar no debate público sobre família

Recém-lançado nos Estados Unidos, livro “The Two-Parent Privilege” defende que famílias com dois pais são essenciais para o crescimento econômico de longo prazo

Redação Culturize-se

O novo livro da economista Melissa S. Kearney, que acabou de ser lançado nos EUA, traz um olhar provocativo para o debate público sobre família em um contexto econômico que faz sentido em suas complexidades, mas que não desvia da polêmica. Em “O Privilégio dos Dois Pais”, tradução livre de “The Two-Parent Privilege”, que a estrutura das famílias é um fator subestimado nos resultados econômicos.

As principais teses defendidas no livro “The Two-Parent Privilege” são as seguintes:

  • Os filhos de pais casados têm uma série de vantagens em comparação com os filhos de pais separados ou solteiros. Essas vantagens incluem, entre outros, maior renda, educação e saúde.
  • O declínio da taxa de casamento nos Estados Unidos é um problema sério que tem um impacto negativo no bem-estar das crianças.
  • O governo deve tomar medidas para promover o casamento e apoiar as famílias de um só pai.
  • Maior estabilidade econômica. As famílias de dois pais têm uma renda familiar mais alta e são menos propensas a viver na pobreza.
  • Maior apoio emocional. Os pais casados podem oferecer aos filhos mais apoio emocional, como atenção, carinho e orientação.
  • Maior supervisão. Os pais casados podem oferecer aos filhos mais supervisão, o que pode ajudar a protegê-los de riscos, como abuso e negligência.
  • Maior modelo de relacionamento. Os filhos de pais casados têm um modelo positivo de relacionamento para seguir, o que pode ajudá-los a desenvolver relacionamentos saudáveis na idade adulta.

Uma estudiosa de destaque na área de economia da estrutura familiar, Kearney argumenta que a discussão pública sobre esses temas – especialmente em círculos elitistas – tende a evitar essa verdade a fim de não estigmatizar os pais solteiros.

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Ela sustenta que famílias monoparentais tendem a contribuir para a desigualdade econômica diante dos desafios de sustentar uma família com uma única renda. “Dado que crianças de lares com dois pais, em geral, estão em melhor posição para se saírem bem na escola, concluir o ensino médio e a faculdade e ter rendimentos mais altos como adultos, deveríamos nos preocupar com o fato de que 25% das crianças nos EUA vivem com apenas um dos pais”, observou em entrevista ao Chicago Sun Times.

A recepção da crítica foi divisiva, como esperado para uma obra de verve tão polarizante. O The Atlantic observou que a autora “exagera nos benefícios dos pais casados”, enquanto o The Nation destaca que “o livro é excessivamente normativo, sugerindo que as famílias não tradicionais são inferiores às famílias tradicionais.” Já o The New York Times assinala que a obra traz “argumentos convincentes” sobre as circunstâncias de bem-estar das crianças.

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