Em coletiva de imprensa no Festival de Cinema de Veneza para o seu filme “Coup de Chance”, Woody Allen falou sobre as perspectivas de futuro
Redação Culturize-se
Diferentemente de “The Palace”, de Roman Polanski, “Coup de Chance”, novo filme de Woody Allen, foi bem recebido pelos jornalistas no Festival de Veneza. O cineasta de 87 anos falou à imprensa sobre a perspectiva de se aposentar, muito em virtude da dificuldade de financiar seus filmes, e o prazer de filmar em francês.
Aposentadoria à vista
Allen admite que considera se aposentar após “Coup de Chance” pela dificuldade de buscar financiamento para seus filmes. O cineasta confessou faltar energia para essa parte “burocrática e entediante” nessa etapa de sua vida. Ele expressou seu desejo de continuar fazendo filmes se o financiamento se tornasse mais fácil, mas não está otimista a respeito.
Filmagens e processo criativo
É neste compasso que surgiu sua inclinação para filmar em vários países, impulsionado em parte por incentivos financeiros. Ele enfatizou sua experiência positiva ao filmar na França para “Coup de Chance”. A decisão de filmar na França e em francês decorreu de sua admiração vitalícia pelo cinema europeu, especialmente os filmes franceses, italianos e suecos. Ele expressou sua satisfação em trabalhar em um idioma que ele não falava, confiando na linguagem corporal e nas emoções dos atores.
Allen externa, ainda, sua preferência por escrever papéis para mulheres, o que ele atribuí às suas influências, incluindo cineastas como Ingmar Bergman e Tennessee Williams, que criaram personagens femininas cativantes.
Allen esteve pela última vez em Veneza em 2007, com o filme “O Sonho de Cassandra”, estrelado por Colin Farrell e Ewan McGregor. Antes disso, em 1995, foi convidado a receber um Leão de Ouro de Carreira, mas não compareceu. Ele estreou em Veneza em 1983 com o filme “Zelig”.
O filme “Coup de Chance”, ambientado em Paris e estrelado por Lou de Laâge, Valérie Lemercier, Melvil Poupaud e Niels Schneider, gira em torno de um casal de modelos casados, cuja vida perfeita vira de cabeça para baixo quando a esposa se apaixona por um antigo colega de classe.
Em relação ao seu amor por Bergman, Allen também foi questionado sobre o tema da morte que surge em no filme.
“Eu não acho que há algo que você possa fazer a respeito”. É um negócio ruim. Você está preso com isso”, brincou Woody Allen. “No final deste filme, deixamos na tela a legenda ‘Não pense muito sobre isso’. Isso é tudo o que você realmente pode fazer: não pensar muito sobre isso, porque realmente não há saída. Não há saída através da ciência, da filosofia, da comédia… é um negócio ruim. Você só precisa não pensar nisso… distrair-se.”