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Rubem Braga, uma voz singular na literatura brasileira

Rubem Braga é considerado um dos maiores cronistas do Brasil por tornar o estilo popular com o lirismo, a poesia, a simplicidade, a melancolia e o romantismo presentes no cotidiano

Redação Culturize-se

É sempre oportuno reverenciar o legado de Rubem Braga, capixaba de Cachoeira de Itapemerim, considerado um dos maiores escritores brasileiros do século XX e que deixou um legado marcante na literatura nacional. Com sua prosa intimista e seu olhar atento às sutilezas do cotidiano, Braga conquistou o coração dos leitores ao retratar a vida com simplicidade e sensibilidade. A pretexto do 110 anos de seu nascimento, exploraremos os aspectos mais importantes de sua obra e seu impacto duradouro na cultura brasileira.

Rubem Braga
Foto: Divulgação/Secult

O estilo literário de Rubem Braga

A obra de Rubem Braga destaca-se por sua linguagem poética e fluida, capaz de criar imagens vívidas e emotivas. Seus contos e crônicas exploram a temática do amor, da solidão, da passagem do tempo e das relações humanas. Sobre seu estilo, o escritor e crítico literário Mário Quintana afirmou: “Rubem Braga é um mestre na arte de nos fazer sentir a grandiosidade do simples, a beleza do trivial.”

Rubem Braga tinha uma habilidade incomparável para capturar a beleza nas pequenas coisas. O escritor Carlos Drummond de Andrade disse sobre ele: “Rubem Braga era um observador profundo e ao mesmo tempo generoso. Suas crônicas são um convite à contemplação do mundo ao nosso redor.” Essa capacidade de observação minuciosa, aliada à sua sensibilidade aguçada, proporcionou um retrato autêntico da vida urbana e rural brasileira.

Legado

Além dessa sensibilidade literária, Braga também se destacou por seu engajamento social. Seus textos muitas vezes abordavam questões sociais e políticas, revelando uma preocupação genuína com a humanidade. Sobre isso, a escritora Lygia Fagundes Telles declarou: “Rubem Braga era um homem que escrevia com o coração. Sua escrita era sua forma de lutar contra as injustiças e dar voz aos oprimidos.”

O legado de Rubem Braga transcende gerações. Seus textos continuam a tocar leitores de todas as idades, reafirmando a importância da simplicidade e da empatia na literatura. O crítico literário Antonio Candido resume bem a relevância de Braga: “Sua obra é um hino à vida cotidiana, à natureza humana em sua mais pura essência. Ele nos ensinou a valorizar as pequenas coisas e a encontrar beleza na simplicidade.”

Sua capacidade de enxergar a poesia no cotidiano e retratar a complexidade das emoções humanas transformou-o em um dos mais importantes escritores do país. Seus escritos continuam a nos emocionar e inspirar, convidando-nos a refletir sobre a natureza humana e a importância da empatia no mundo contemporâneo.

Três livros para conhecer e apreciar Rubem Braga

“O Poeta e Outras Crônicas de Literatura e Vida” (Editora Global, clique aqui para comprar)

Rubem Braga sempre esteve rodeado por seus colegas de ofício. Nas redações de jornais e revistas de várias cidades brasileiras em que trabalhou, durante sua experiência como sócio na Editora do Autor e na Editora Sabiá e em diversos outros espaços e momentos de sua movimentada trajetória, o mestre da crônica teve a oportunidade de conviver com um rol significativo de escritores nacionais dos mais variados gêneros. “O poeta e outras crônicas de literatura e vida” traz uma fração resultante destes encontros ímpares, os quais Rubem Braga, como não poderia deixar de ser, soube traduzir em memoráveis crônicas.

Registradas pela primeira vez em livro, as 25 crônicas reunidas foram escritas entre os anos de 1948 e 1988 e publicadas em diversos meios de comunicação como Diário de Notícias, Correio da Manhã, Diário de Pernambuco, O Globo, Manchete e Revista Nacional.

“Coletânea Rubem Braga” (Global Editora, clique aqui para comprar)

Sob a curadoria de André Seffrin, esta caixa reúne os cinco grandes livros clássicos de Rubem Braga, com crônicas selecionadas pelo próprio autor em vida. São elas: “Um pé de milho”, “Ai de ti”, “Copacabana”, “Recado de primavera”, “A borboleta amarela” e “O homem rouco”.

Com seu espírito livre e independente, o autor capta vestígios de vida onde ela se mostra à primeira vista rara, incendeia com seu humor sarcástico cenas e situações que parecem apenas tristes aos mais desatentos, revela com seu jeito surpreendentemente simples a complexidade da existência humana.

“50 crônicas Escolhidas – Rubem Braga” (Global Editora , clique aqui para comprar)

Livro de Rubem Braga

A seleção que compõe este “50 crônicas escolhidas” proporciona aos leitores um voo privilegiado sobre um universo de textos do cronista, sendo possível fruir de seu modo penetrante de avistar o mundo à sua volta. As amizades, as descobertas e desilusões do amor, os encantos do mundo natural, os atropelos da vida urbana são alguns dos temas tocados pelas crônicas de Rubem aqui reunidas, todas repletas de uma insuperável vitalidade, de um raro poder para cativar e até enternecer leitores de várias gerações.

As crônicas estão distribuídas no livro em ordem cronológica de publicação, conforme explica no texto de prefácio Gustavo Tuna, responsável pela seleção: O propósito foi o de proporcionar aos leitores o exercício de caminhar pelas crônicas de Rubem Braga acompanhando a experiência do próprio autor, que, em seu ofício diário, transitou, observou e narrou de maneira superior os subúrbios da alma humana.

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