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Sociedade moderna ou sociedade exausta?

Patrícia Froelich

a woman touching her forehead while eyes closed
Foto: Pexels

A modernidade sempre fascinou a humanidade. A tecnologia, a informação em tempo real, a sofisticação dos meios produtivos, a possibilidade de dominar a genética, os fármacos, o controle da natureza, os altos índices de produtividade (de coisas e pessoas), a educação para o trabalho, o escrutínio e a aversão da pobreza, a ode ao dinheiro e suas múltiplas facetas, entre outros. A persona moderna não pensa – ou pensa pouco- sobre a preservação da natureza, o respeito às diversidades, a importância das culturas e seus respectivos saberes e fazeres, bem como o tempo das coisas, a saúde mental, a dignidade humana e as compreensões do existir, etc. Como você se sente na sociedade atual? Você tem tempo hábil para nutrir suas carências mais íntimas? A sociedade moderna promove ansiedade ou saúde?

Problematizar acerca da estrutura societal também é incumbência feminina, ao passo que nos é dado diversos papéis para manter a estrutura. Logo, a proposta desta coluna se mantém alinhavada. Refletir e questionar sobre o tecido social que nos tange é elementar para promover – ou ao menos tentar calcar- uma sociedade mais salutogênica. Saímos de um período pandêmico, no entanto parece que seguimos adoecidas/os e/ou amortecidas/os. A quantidade de informação, por exemplo, que nos bombardeia diariamente, causa uma espécie de letargia protetora, depois da covid-19- ou até durante ela- vivemos uma infodemia. Tudo em quantia excessiva exaure nosso cérebro e suas adjacências. Somos modernas, tecnológicas e cansadas! Habemus uma sociedade desenvolvida, consumista e com obsolescência programada:

Nós enchemos o mundo com objetos e mercadorias com vida útil e validade cada vez menores. Essa loja de mercadorias não se distingue muito de um manicômio. Aparentemente, temos tudo; só nos falta o essencial, a saber, o mundo. O mundo perdeu sua alma e sua fala, se tornou desprovido de qualquer som. O alarido da comunicação sufoca o silêncio. A proliferação e massificação das coisas expulsa o vazio. As coisas superpovoam céu e terra (…) Perdemos toda capacidade de admiração (…) Já é hora de transformarmos essa casa mercantil novamente numa moradia, numa casa de festas, onde valha mesmo a pena viver (HAN¹, 2021, p. 127-128) .

¹HAN, Byung-Chul. Sociedade do Cansaço. Tradução de Enio Paulo Giachini. 2ª edição ampliada- Petrópolis, RJ : Vozes, 2017.


Quando falamos de cansaço é preciso lembrar do marcador de classe social. Não nos toca da mesma forma as condições ambientais e laborais. As classes abastadas não sabem o que é transporte coletivo e seus emblemas, deslocamentos longínquos com finalidade trabalhista, dificuldade de acesso e materiais para diversos fins, etc. De forma similar, pesam em consonância os marcados de gênero, etnia e geográficos. Há exaustão física, mental, energética, etc. De que forma você se sente agora? A presente coluna ressoa em seu intelecto e arsenal emocional? Como e quanto o cansaço individual impacta na estrutura? Qual o paralelo entre gênero, identidade e classe no que tange o tema deste escrito?

Eis que estou escrevendo sobre sociedade do cansaço e sentindo na pele a fadiga de uma extensa jornada laboral: o suprassumo dessa coluna é então a vida ordinária da classe proletária no Brasil e a busca pela arte e a cultura como um fôlego na nossa caminhada. No final do dia todas/os se equilibram entre tramas sociais, profissionais e vida pessoal!

  Estimada/o leitor(a) intenciono que este escrito tenha sentido para sua apreciação. Agradeço pela leitura! Por gentileza deixe um comentário, amarei lhe ler também! Que você encontre o lazer, o prazer, a arte e a tranquilidade em sua vida diária. Até a próxima semana?!

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