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“Close” mergulha na introspecção para observar devaneios do luto

Por Reinaldo Glioche

Há muitas formas de rotular “Close” e há até mesmo quem possa reclamar de conter um spoiler no título desta crítica. São esses impulsos que remetem à desconstrução proposta pelo filme de Lukas Dhont, indicado ao Oscar de Filme Internacional e vencedor do Grand Prix no último festival de Cannes.

A amizade entre Leo (Eden Dambrine, em atuação crepuscular) e Remi (Gustav De Waele) tem ritmo e tempo bem particulares, mas entra na mira de colegas de escola que estranham toda aquela cumplicidade e afeto. Dhont evita dar respostas a seu público e foca nos conflitos, internos, externos e extradiegéticos, para pavimentar reflexões sobre culpa, amadurecimento, afeto e luto.

Foto: divulgação

A partir da morte de um personagem, um aspecto determinista e que evita reavaliações de uma relação, Dhont observa os efeitos devastadores sobre aqueles que ficaram e como esse evento moldará suas perspectivas diante do mundo.

Este é o 2º filme de Dhont, que também aventou inquietações queer em “Girl” (2018), da Netflix, mas aqui demonstra amadurecimento tanto como autor como artesão. “Close” acontece nos silêncios e se justifica nas intenções não ditas, nas resoluções interiorizadas e nos receios que o público projeta.

A se lamentar, apenas, a convicção com que busca uma veia sentimentalista no 3º ato, o que gera certo desequilíbrio com o tom adotado antes. Nada que subjugue uma obra cheia de minúcias encantadoras e que ostenta uma investigação temática ampla e divagativa.

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