Por Reinaldo Glioche
Existem filmes que são filmados como se concebidos em outra época e isso pode ser um movimento voluntário e consciente ou não. No caso de “Oferenda ao Demônio” é a segunda alternativa. Não que o longa de Oliver Park seja ruim – não o é -, mas ele ostenta a estética da primeira década do século XXI, quando as refilmagens americanas de horrores asiáticos estava em voga.
A trama reúne todos os ingredientes para agradar fãs do sobrenatural no cinema. Um demônio milenar, uma família tradicional judia e uma boa costura de momentos de tensão, além de um design inventivo para a criatura maléfica.
O filho de um agente funerário volta para casa com a esposa grávida na expectativa de se reconciliar com o pai. Seu tio desconfia de suas motivações e está certo, já que ele está em maus lençóis financeiros. Ocorre que logo na primeira noite ele liberta inadvertidamente um demônio que estava preso em um corpo que chegou a funerária, o que desencadeia uma série de eventos trágicos.
A paleta de cores predominantemente escura orna a abstração do mal com o imagético judeu, o que reforça o apelo do longa para quem gosta de histórias macabras com um devaneio religioso. Todavia, como já observado, os conflitos, suas soluções, e a própria atmosfera soa extemporâneos. Ainda assim, “Oferenda ao Demônio” (EUA, BUL 2022) é um entretenimento digno para quem não abre mão de um terrorzinho.