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Com menos grandes filmes à disposição em Hollywood, Oscar rende-se ao mundo

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, que outorga o Oscar, anunciou os indicados ao maior prêmio do cinema nesta terça-feira (24). Veja análise da lista

Reinaldo Glioche

Cate Blanchett em cena de “Tár”, um dos filmes do ano no Oscar | Fotos: divulgação

Foram conhecidos na manhã desta terça-feira (24), os indicados à 95ª edição do Oscar, que será realizado em 12 de março, em Los Angeles (EUA). O primeiro aspecto que chama a atenção é a forte presença de filmes off-Hollywood na lista. Reflexo do esforço da Academia de internacionalizar-se, ser mais diversa e jovem, mas também do fraquíssimo ano para o cinema americano.

“Nada de Novo no Front” e “Triangulo da Tristeza”, lembrados em Melhor Filme, entram para a história como os dois filmes internacionais – não americanos ou britânicos – indicados na categoria em um mesmo ano. Uma probabilidade maior desde a fixação em dez nomeados, mas também uma tendência perseguida com os ajustes no colegiado da academia. Isto se dá três anos após a vitória de “Parasita” é bastante sintomático e significativo do estado das coisas.

De maneira geral, a Academia foi muito feliz em harmonizar o dito cinemão com produções autorais, filmes essencialmente originais e produções ‘para intelectual ver’. É uma lista equilibrada como há muito não se via no Oscar.

“Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” recebeu exageradas 11 indicações e lidera a corrida em 2023, seguido por “Nada de Novo no Front”, com 9. O filme alemão da Netflix brilhou nas categorias técnicas e concorre, ainda, em Filme Internacional. Onde mede forças contra “Argentina 1985”, da Amazon, replicando uma disputa que tem se tornado comum na categoria entre os dois streamings.

Blockbusters em alta

Cena de “Triangulo da Tristeza”

Não foi um bom ano para os streamings. Embora outros longas da Netflix como “Pinóquio”, “Bardo” e “Glass Onion” tenham sido lembrados, depois de anos de protagonismo, a Netflix perdeu punch. Já o cinemão em sua experiência mais cabal ganhou destaque. “Top Gun: Maverick” e “Avatar: O Caminho da Água”, com cinco e quatro indicações respectivamente, se garantiram na principal categoria e validaram um aspecto inusitado. São duas sequências tardias de sucessos hollywoodianos que reavivaram a sala grande o apelo da sala escura no pós-pandemia.

“Pantera Negra: Wakanda Para Sempre” também recebeu cinco indicações. Entre elas de Melhor Atriz Coadjuvante para Angela Bassett, a primeira de um ator/ atriz por uma produção da Marvel.

Steven Spielberg, o Mr.Blockbuster, também volta ao Oscar com “Os Fabelmans”, sua celebrada autoficção. O longa ostenta sete nomeações, inclusive para Spielberg que disputa a categoria de direção pelo segundo ano consecutivo – concorreu em 2022 por “Amor, Sublime Amor”.

Boas surpresas

Paul Mescal em “Aftersun”

Houve espaço para surpresas cantadas, como Paul Mescal, por “Aftersun”, entre os atores, e Andrea Riseborough (“To Leslie”), ambos alvo de intensa campanha de colegas por lembrança no Oscar, Judd Hirsch (“Os Fabelmans”) e Bryan Tyree Henry (“Passagem”) e Hong Chau (“A Baleia”) em coadjuvantes.

A lista de performances destacadas conta apenas com Cate Blanchett, que persegue seu terceiro Oscar, como previamente vitoriosa. Além dela, apenas Michelle Williams já havia sido indicada. Um feito e tanto tantos novatos no Oscar. Assim como é notável a maciça presença de atores asiáticos indicados, em parte graças à adoração por “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo”.

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