Tom Leão
Para comemorar os 25 anos de “Titanic”, o filme será relançado, mundialmente, em fevereiro. Nos EUA, ele chega bem a tempo de pegar o dia dos namorados (o Valentine´s Day, que lá, é no dia 14 de fevereiro; diferente daqui, onde é uma data comercial, e acontece em 12 de junho). Já que, acima de tudo, “Titanic” é um date movie, um grande romance com uma catástrofe como pano de fundo. No caso, o naufrágio do RMS Titanic — navio tido como ‘inafundável’ –, quando fazia a travessia de Liverpool, na Inglaterra, para Nova York, nos Estados Unidos. Volta aos cinemas aqui, no dia 9 de fevereiro.
Desta vez, o filme chega numa versão remasterizada em 3D HDR (4k) e alta taxa de quadros. O relançamento, se dá vinte e cinco anos após seu lançamento original, em 1997. Com um elenco liderado por Leonardo DiCaprio e Kate Winslet (que ficaram marcados, para sempre, como Jack e Rose), o filme é um romance épico repleto de ação, ambientado em meio à história da viagem inaugural do famoso e imenso navio, o maior objeto móvel que havia sido construído até então.
Hoje, “Titanic” é considerado cult. Mas, quando foi anunciado, ninguém levava fé que fosse tão longe e virasse um sucesso absoluto de bilheteria. No total, conquistou um recorde de 11 Prêmios da Academia: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Fotografia, Melhor Edição, Melhor Direção de Arte – Decoração de Set, Melhor Figurino, Melhor Trilha Sonora Original, Melhor Canção Original, Melhor Som, Melhor Edição de Efeitos Sonoros e Melhores Efeitos Visuais. Após o seu lançamento nos cinemas, em dezembro de 1997, o filme se tornou a maior bilheteria de todos os tempos e, atualmente, é o terceiro filme de maior arrecadação do mundo. Aliás, James Cameron é o único diretor a ter três filmes nessa lista. Além de “Titanic”, os dois primeiros filmes da série “Avatar”, também constam nela.
No entanto, quando Cameron o quis realizar, ninguém acreditava no sucesso que o filme faria. Tanto, que ele foi produzido por dois estúdios: Fox e Paramount, para dividir os custos e, Cameron, abriu mão de seu salário, ficando apenas com porcentagem dos lucros. Se deu bem. É um dos poucos diretores no qual a pecha de ‘visionário’ serve. E, o filme, foi o primeiro na história a cruzar a marca do bilhão de dólares em faturamento de bilheteria, hoje, algo quase ‘banal’.
Mas, onde entra a música (que é o combustível desta coluna) no meio de tudo isso? Se você checou a lista acima, viu que o filme ganhou Oscar em duas categorias musicais: melhor trilha (score) original, para James Horner; e melhor música/canção original, para a melosa “My heart will go on”, escrita por Will Jennings (que já tinha emplacado outro hit cinematográfico, a balada “Up where we belong”, do filme “A força do destino”, 1982, cantada em dueto por Joe Cocker e Jennifer Warnes) e composta por James Horner (veterano de trilhas para cinema).
Para interpreta-la, Cameron chamou a sua conterrânea, a cantora canadense Céline Dion que, até então, tinha uma certa fama. Mas, não tão grande quanto alcançou após o sucesso do filme. Depois dele, a canção entrou para o mesmo patamar de outra grudenta, como “I will always love you”, que Whitney Houston imortalizou na trilha de “O guarda-costas” (1992). E, toda vez que a música toca, logo algum casal se junta e tenta reproduzir a cena em que Jack e Rose se abraçam na proa do trágico navio. Sem contar que virou hit nos karaokês.
Recentemente, Céline Dion voltou aos noticiários por dois motivos: um, para anunciar que estava cancelando todos os seus shows de 2023, para cuidar de sério problema de saúde (está com SPS, Síndrome da Pessoa Rígida, uma doença neurológica rara e autoimune). E, outra, mais por conta de seus fãs, que protestaram por o nome da cantora não ter entrado numa lista que a revista americana Rolling Stone divulgou, com os 200 maiores cantores de todos os tempos. Beyoncé, por exemplo, ficou na sétima posição (em primeiro, Aretha Franklin, seguida de Whitney Houston). Os fãs fizeram até piquetes de protesto na frente do prédio onde fica a sede da revista, em Nova York. Mas, não adiantou. Nesta mesma lista, por exemplo, o extraordinário Frank Sinatra, o ‘The Voice’, ficou na posição 19, logo antes de Marvin Gaye. Ele nem entrou no top ten! Pois é. Listas, são feitas para causar polêmicas.