Redação Culturize-se
O musical “Para Não Gritar”, que retorna aos palcos no primeiro semestre de 2025, revive a vida e a obra de Caio Fernando Abreu, um dos escritores mais emblemáticos da literatura brasileira. Com uma sensibilidade única, Caio abordou temas universais como amor, morte e saúde, enfrentando de forma corajosa os desafios da epidemia de HIV nos anos 1980 e 1990. Detalhes sobre as apresentações e a venda de ingressos serão anunciados em breve.
Criado por Victor Barreto, Fábio Brandi Torres e Erika Altimeyer, o espetáculo presta homenagem ao autor gaúcho, muitas vezes chamado de “escritor da paixão”. Conhecido por retratar o amor, o medo e, sobretudo, a solidão – especialmente a vivida por homens gays em grandes centros urbanos –, Caio trouxe às suas obras uma abordagem despudoradamente poética, tornando-se uma referência até hoje, particularmente para jovens da comunidade LGBTQIAPN+.
Caio Fernando Abreu foi pioneiro na literatura brasileira ao abordar o HIV, discutindo o tema muito antes de seu próprio diagnóstico, em 1994. Após receber o resultado positivo, escreveu as impactantes crônicas Cartas para Além dos Muros no jornal O Estado de S. Paulo. Nessas publicações, ele revelou sua condição e assumiu um papel crucial no combate ao estigma e preconceito contra pessoas vivendo com HIV no Brasil.
O musical, realizado pela Cia. À Flor da Pele, já recebeu indicações a prêmios como Destaque Imprensa Digital e Prêmio Cenym e foi contemplado pelo PROAC LGBT. Para a diretora Erika Altimeyer, preservar a memória de grandes artistas como Caio é essencial:
“Decidimos abordar a obra de Caio através do teatro musical porque é um gênero poderoso e em ascensão no país, especialmente entre os jovens. Queremos que eles conheçam Caio F., valorizem nossa cultura e se orgulhem dos artistas brasileiros.”
Com músicas originais de Alfredo del Penho, direção musical e arranjos de Guilherme Gila, e uma equipe criativa que inclui Gabriel Malo na direção de movimento, Marcio Vinícius nos figurinos e Diego Rodda na cenografia, “Para Não Gritar” promete ser uma celebração à poesia e à força do legado de Caio. A montagem reafirma seu impacto atemporal, inspirando novas gerações com sua visão singular sobre o mundo e as relações humanas.
