Reinaldo Glioche
Depois de ter prejuízo nos últimos anos fiscais, a Disney elegeu 2024 como um ano de ajustes. A estratégia passa tanto pelo streaming, com a fusão do Star ao Disney+ em diversos territórios, inclusive o Brasil, a compra total do Hulu nos EUA, como no cinema, com apenas um filme da Marvel sendo lançado (“Deadpool & Wolverine”) e um foco maior em qualidade em detrimento de quantidade. Palavras de Bob Iger, o manda-chuva da empresa.
Até o meio do ano, apenas três filmes da empresa foram lançados nos cinemas. “A Primeira Profecia”, “Planeta dos Macacos: O Reinado”, ambos da 20th Century, e “Divertida Mente 2”, da Pixar. Este último é, até o momento, o único filme do ano a faturar mais de US$ 1 bilhão nas bilheterias. O longa se tornou, ainda, a maior bilheteria da história do Brasil, com R$ 360 milhões arrecadados entre 20 de junho, quando estreou, e 15 de julho.
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Esses três filmes somados ostentam quase US$ 2 bilhões em arrecadação global, o suficiente para colocar o estúdio na dianteira em faturamento no ano. Com a estreia de “Deadpool & Wolverine” em 25 de julho, é razoável supor que esses números vão se dilatar bastante. Entre os grandes estúdios, a Disney foi a que menos lançou filmes no ano, o que agiganta o aproveitamento comercial de seus produtos.
O reposicionamento no streaming, com a adesão ao plano com anúncios e a maior critério na aprovação e produção de séries, também deve equilibrar receitas e fazer da operação no streaming algo mais palatável para os investidores.
Ainda falta metade de 2024 para correr, mas já dá para dizer que o ano, formatado para ajustes de estratégia e fluxo, tá saindo melhor do que a encomenda para a casa do Mickey.