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Escravidão na Amazônia é foco de documentário

Redação Culturize-se

Dirigido por Renato Barbieri, conhecido por suas obras como “Atlântico Negro – Na Rota dos Orixás” e “Pureza”, o documentário “Servidão”, centrado no trabalho escravo contemporâneo na Amazônia brasileira, chega exclusivamente aos cinemas brasileiros em 25 de janeiro.

Narrado pela talentosa artista Negra Li, “Servidão” é um registro contundente de uma das maiores mazelas do Brasil. O filme mergulha nas condições de trabalho análogas à escravidão enfrentadas por trabalhadores rurais nas frentes de desmatamento do Norte do Brasil, além de contar com depoimentos de abolicionistas de diversas perspectivas. Apesar de tais condições serem consideradas crime pelo Código Penal Brasileiro, a prática da servidão persiste no país há cinco séculos, mesmo após a abolição da escravidão clássica pela Lei Áurea.

O diretor Renato Barbieri destaca a importância do filme como uma peça de resistência no enfrentamento ao trabalho escravo contemporâneo. Ele ressalta conceitos essenciais sobre a mecânica escravagista no Brasil e a crescente força da resistência abolicionista ao longo das décadas. Barbieri afirma: “Estou certo de que, passados 135 anos da Lei Áurea, caberá a nossa geração o combate e a erradicação do trabalho escravo contemporâneo. Somente com a sociedade como um todo tomando o projeto abolicionista para si, isso será possível um dia e fato é que não podemos mais adiar isso.”

O documentário destaca personagens reais, incluindo Marinaldo Soares Santos, natural de Pindaré-Mirim, Maranhão, escravizado 13 vezes e libertado em três ocasiões diferentes pelo Grupo Móvel. Além disso, aborda indivíduos engajados na visão abolicionista, como juízes, auditores, procuradores, agentes da sociedade civil e movimentos sociais. Renato Barbieri enfatiza que essas figuras foram fontes de inspiração para a realização de “Servidão”.

O jornalista Leonardo Sakamoto, participante do documentário, destaca a importância da produção ao disseminar informações. Ele comenta: “Um documentário como esse, ao inundar a população de informação, acaba adubando ações da sociedade civil, políticos e empresários, exatamente para desferir um golpe no coração do trabalho escravo moderno.”

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