Reinaldo Glioche
Não faz muito tempo que esta coluna Play abordou o fim da Lionsgate+ e apontou os favoritos para herdar o espólio do streaming que saiu há pouco do Brasil. Um dos candidatos era a Amazon. A empresa, porém, enxergou no fim da plataforma da Lionsgate, que também era comercializada pelo Prime Channels na plataforma Prime Video, da Amazon, uma oportunidade.
Com a compra do estúdio MGM concluída em 2022, a empresa agora decidiu reforçar a presença do estúdio. Tanto é que a divisão de filmes da Amazon foi integrada à MGM. Ao invés de simplesmente colocar o vasto catálogo do estúdio no Prime Video – já tem muita coisa lá, inclusive a franquia 007 – a Amazon decidiu trazer para o Brasil a plataforma MGM+, um streaming pequeno e apenas disponível nos EUA e negociou um acordo comercial que lhe garante o catálogo do Starz – canal do grupo Lionsgate – e da Lionsgate, cujos filmes já iam para a Amazon, para esse novo streaming.
Assinantes da Lionsgate+ via Prime Channels terão acesso imediato ao novo canal a partir de janeiro. Séries inéditas no Brasil como “Beacon 23”, “The Winter King” e “A Spy Among Friends” devem finalmente chegar ao País. “A expansão do MGM+ no mercado latino-americano consolida ainda mais o compromisso da Amazon de investir e expandir a marca MGM+ e de melhorar a experiência do assinante”, disse Chris Brearton, vice-presidente de estratégia corporativa do Prime Video Studios.
A estratégia parece acertada, já que o canal estaria inserido dentro da estrutura da Amazon, o que dispensaria grandes investimentos em T.I e ajuda na difusão de uma marca pouco conhecida do público jovem. Ademais, o catálogo seria maior do que o da plataforma que está de partida, a Lionsgate+.
O movimento não irá esvaziar o catálogo da Amazon, que ostenta fartos conteúdos licenciados, além de uma boa cota de produções originais, mas irá reduzir ao menos a quantidade de produções da MGM e da Lionsgate que, compreensivelmente, se hospedarão no MGM+.
Cumpre observar, porém, que o novo canal, embora não tão dispendioso, é anunciado em um momento de realinhamento na guerra dos streamings, com a Disney anunciando a descontinuação do Star+, cujo conteúdo será integrado ao Disney+. A estratégia da Amazon, entretanto, é muito mais aderente do que a lançada pela Disney com duas plataformas há pouco mais de dois anos.